As lojas de eletrodoméstico do Grupo Zema, que pertence à família do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foram flagradas abertas em cidades do interior do Estado, desrespeitando o decreto de fechamento de estabelecimentos não essenciais publicado pelo próprio governador nesta semana. As unidades das lojas Zema em Manhumirim, a 212 km de Belo Horizonte, e Conselheiro Lafaiete, distante 100 km da capital mineira, foram flagradas com as portas abertas ou a meia porta por moradores dessas cidades. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma unidade do grupo, em Manhumirim, com as portas abertas e com pessoas circulando dentro do estabelecimento. De acordo com o morador que gravou a cena, o vídeo foi feito na quarta-feira (17), dia em que todas as cidades do Estado foram incluídas na onda roxa do programa Minas Consciente. - Ali está a loja EletroZema, do grupo Zema, do governador, funcionando a pleno vapor mesmo com decreto de lockdown imposto por ele mesmo. Uma medida muito mais política que sanitária. Tem pessoas entrando e saindo. Infelizmente, esse é o país que a gente vive. A lei só funciona para alguns. Com isso, somente estabelecimentos considerados essenciais poderiam estar abertos. Dentre elas estão supermercados, padarias, indústrias, agências bancárias, postos de gasolina, entre outras. No decreto, as lojas que vendem eletrodomésticos não estão incluídas na permissão abarcada pelo decreto. Em nota, o Grupo Zema afirmou que todas as suas 310 lojas em Minas funcionam como correspondente bancário. Neste caso, o decreto da “onda roxa” permite o funcionamento de estabelecimentos para pagamento de contas e boletos. Segundo a nota, as lojas recebem apenas um cliente por vez e seguem todos os protocolos sanitários de combate à covid-19. Ainda de acordo com o posicionamento, o Governador Romeu Zema não faz parte do quadro diretor da empresa desde 2016, “não tendo qualquer relação ou poder decisório na empresa”. Em nota, o Governo de Minas reforçou que o governador Romeu Zema não participa da administração do grupo empresarial desde 2016, quando se afastou da gestão. "O Governo de Minas esclarece que na Onda Roxa podem funcionar serviços essenciais e autorizados dispostos na Deliberação nº 130, de 3 de março de 2021, do Comitê Extraordinário Covid-19", completa a nota do Executivo.