Mãe de professora morta em ataque a creche perdoa autor do crime
Heley de Abreu Silva deixou três filhos, entre eles, um garoto de um ano
Minas Gerais|Pablo Nascimento*, do R7 em Belo Horizonte, com RecordTV Minas
Valda Terezinha de Abreu, mãe da professora Heley de Abreu Silva, de 43 anos, que morreu vítima do ataque a uma creche de Janaúba, no norte de Minas Gerais, diz que perdoa o autor do crime. Mesmo com o corpo em chamas, a educadora voltou a escola três vezes para salvar os alunos que estavam no local.
Damiãos Soares do Santos, de 50 anos, invadiu a Centro de Educação Municipal Gente Inocente e ateou fogo em dezenas de crianças e funcionários que estavam no local, na última quinta-feira (5). Além de Heley, o suspeito e nove alunos morreram. Heley ficou com 95% do corpo queimado. Ela chegou de ser internada, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no Hospital Fundajan.
Irmã de vigia revela que eles não tinham problemas familiares
O passar dos dias não diminui a dor e nem a saudade da família de Heley. A mãe dela guardou restos de objetos da educadora que foram queimados no incêndio. Valda se agarra na fé para superar a tragédia. Ela relata que o apoio dos amigos e até da imprensa estão sendo importantes para preencher o coração e a mente.
— Ele está perdoado [Santos]. Eu não o conheci, mas eu acho que o maior perdão será o de Deus. Então ele tem conta com Deus e não com nós aqui na terra. Nós não podemos julgar ninguém.
A equipe da RecordTV também conversou com Luiz Carlos Batista, viúvo de Heley. Além de lutar para superar a própria dor pela perda da esposa, Batista busca manter viva a memória da mãe para os três filhos do casal – dois adolescentes, de 14 e de 12 anos, um garoto, de um ano e dois meses.
— O momento é de total redirecionamento. A gente fica desorientado porque não é fácil. Eu não perdi só uma esposa. Ela para mim era como se fosse minha mãe, mais do que uma irmã, mais do que uma conselheira. Ela era tudo para mim.
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* Com supervisão de Flávia Martins y Miguel