O ex-empresário Marcos Valério voltou para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A Justiça determinou a saída dele da Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Sete Lagoas, onde estava desde julho de 2017. A decisão foi tomada, na noite desta sexta-feira (21).
O pedido foi feito pela juíza da Vara de Execuções Penais de Sete Lagoas, Marina Brant, para o juíz de Execuções Penais de Contagem, Wagner Cavalieri. Apesar do presídio de segurança máxima estar interditado para a chegada de novos presos, a transferência foi autorizada por Cavalieri.
Nesta semana, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia esteve na Apac para apurar suspostas regalias para Marcos Valério dentro do presídio. As denúncias dão conta de saídas irregulares e privilégios dentro da unidade.
Na mesma decisão, a juíza determinou que Valério fique numa cela sozinho, por questões de segurança. Em julho do ano passado, ele fechou um amplo acordo de delação premiada com a Polícia Federal, em Belo Horizonte, e ganhou o direito de ser transferido.
Em contato com nossa reportagem, os advogados de Valério disseram que ainda estão apurando o motivo da transferência.
A condenação
Ex-sócio das agências de publicidade SMPB e DNA, Valério é acusado de ser operador financeiro do mensalão do PT e do mensalão tucano. Pelo mensalão petista foi condenado a 37 anos e um mês de cadeia. Já pelo processo do mensalão tucano, recebeu a sentença de 16 anos e nove meses de prisão.
Segundo as investigações, R$ 3,5 milhões foram desviados das estatais Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais) e do extinto Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais).
* Estagiária do R7, com supervisão de Ana Gomes