Um ano depois de assinar o primeiro acordo com a Polícia Federal em Minas Gerais, o ex-publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, fechou mais uma delação premiada, desta vez com a Polícia Civil.
A notícia foi divulgada com exclusividade pela Record TV Minas.
No novo acordo, Valério se comprometeu a revelar casos de corrupção em Minas Gerais envolvendo autoridades sem foro privilegiado. Elas teriam atuado no Estado em gestões passadas.
Em fevereiro de 2017, ele já havia feito uma delação premiada com a PF, acusando políticos com foro privilegiado. O acordo em nível federal ainda depende de homologação do STF (Supremo Tribunal Federal), o que deve ocorrer neste semestre.
Na delação negociada com a Polícia Civil, ele apresentou indícios de provas de irregularidades na administração das principais estatais mineiras, além da Cidade Administrativa, sede do governo estadual.
A obra grandiosa, que inclui o Palácio Tiradentes e foi tema de reportagem recente da Record TV Minas, foi erguida na gestão do ex-governador Aécio Neves (PSDB), hoje senador.
Condenado a 37 anos de prisão no chamado mensalão do PT, Valério coleciona processos, entre eles o mensalão mineiro, esquema de lavagem de dinheiro e Caixa 2 durante a campanha de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
Azeredo já foi condenado em segunda instância a 20 anos de prisão. Com as duas delações, Valério quer ganhar o direito de ser poupado em novas condenações. Por meio de nota, o PSDB mineiro se posicionou.
"O empresário Marcos Valério tem feito repetidas tentativas de obter benefícios junto à Justiça para reduzir a pena que ele cumpre pela participação nos desvios praticados no mensalão do PT. Todas as tentativas já foram negadas pelo Ministério Público e pela Procuradoria Geral da República, após a constatação de que são declarações falsas e sem credibilidade. O PSDB lamenta o uso indevido do Judiciário e de veículos de imprensa para divulgação de falsas e requentadas acusações."