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MG: muro para conter lama de barragem represa água de chuva

Moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, ficaram ilhados após temporais

Minas Gerais|Gabriel Rodrigues, da Record TV Minas, com Pablo Nascimento, do R7

Um muro de concreto de 33 metros, construído pela mineradora Vale para conter o rejeito que pode se espalhar em eventual rompimento de barragem em Nova Lima, na Grande BH, acabou represando um grande volume de água durante as fortes chuvas que caíram sobre a cidade nos últimos dias.

Moradores temem que o muro não segure o rejeito
Moradores temem que o muro não segure o rejeito Moradores temem que o muro não segure o rejeito

O problema foi registrado no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos. A situação chamou a atenção dos moradores, que se assustaram com o nível da água, próximo ao topo do paredão.

“A água está subindo para o lado das nossas casas”, reclama um morador.

A Vale, no entanto, afirma que a chamada ECJ (estrutura de contenção a jusante) não corre risco de se romper e opera dentro da normalidade. De acordo com a empresa, o muro conta com uma comporta na base, que está aberta, e um vertedouro no topo, para evitar que a água fique estocada no local. A mineradora também afirmou que, em eventual rompimento das barragens da mina Mar Azul, a muralha tem condições de conter os rejeitos. As barragens estão em nível 3 de alerta, o maior da escala.

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“O acúmulo da água retida na contenção, provocado pelas intensas chuvas na região, com volume aproximado de 565 mm somente neste sábado e domingo, não interferiu na sua estabilidade e função, ou seja, a estrutura continua sendo capaz de reter os rejeitos em caso de necessidade”, destacou a companhia.

Famílias ilhadas

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Comunidade ficou debaixo d'água
Comunidade ficou debaixo d'água Comunidade ficou debaixo d'água

O temporal dos últimos dias também deixou famílias ilhadas. Segundo a Vale, um barranco cedeu no distrito e causou a inundação de algumas ruas. Sem conseguirem deixar o local, alguns moradores estão sem água e sem comida. Um mercado da comunidade está com o estoque praticamente vazio.

“O único acesso que não está interditado é de difícil acesso. Não passam ônibus nem caminhões. As pessoas não conseguem usar o transporte público, e não está ocorrendo o recolhimento de lixo. Estamos sem luz desde ontem”, conta um denunciante.

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Moradores afirmam que, antes da construção do muro da mineradora, a comunidade não tinha problemas com enchentes. O empresário Roney Leite detalha o problema.

“No ano passado, tivemos uma contenção de água, mas não foi neste nível. Como vamos fazer para sobreviver em situação de rompimento da barragem?”, questiona.

Procurada, a Vale garantiu que “não houve alteração estrutural ou no nível de emergência em nenhuma de suas estruturas da mina Mar Azul, em Macacos”.

Veja a íntegra da nota da mineradora:

“A Vale segue acompanhando o cenário de fortes chuvas em Minas Gerais com foco na segurança de suas barragens. A empresa informa que não houve alteração estrutural ou no nível de emergência em nenhuma de suas estruturas da mina Mar Azul, em Macacos (Nova Lima). Os vídeos e imagens que circulam na internet tratam de um deslizamento de terra natural provocado pelas fortes chuvas na região. A empresa segue monitorando as barragens da mina 24h por dia, 7 dias por semana, em tempo real, por meio do Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG), de acordo com a legislação vigente.

A estrutura de contenção a jusante (ECJ) apresenta condições normais de operação e permanece estável. O acúmulo da água retida na contenção, provocado pelas intensas chuvas na região, com volume aproximado de 565 mm somente neste sábado e domingo, não interferiu na sua estabilidade e função, ou seja, a estrutura continua sendo capaz de reter os rejeitos em caso de necessidade.

Desde o último domingo (9) à noite, as fortes chuvas ocasionaram o início da passagem de fluxo de água pelo vertedouro da estrutura de contenção, condição prevista no projeto. A contenção foi construída como medida de segurança para o processo de eliminação da barragem B3/B4. A estrutura também conta com um sistema de comportas na sua base, que se encontram abertas, por onde a água passa e segue o fluxo do rio após a contenção. A Vale segue monitorando possíveis impactos no entorno da ECJ.

Por orientação da Defesa Civil, e para garantir a segurança da comunidade, o acesso por dentro do condomínio Pasárgada foi aberto no último domingo (9) e poderá ser utilizado pela comunidade de Macacos. O acesso interno da mina de Mar Azul não se encontra em condições seguras para trânsito de veículos não operacionais.

As barragens B6, B7, Capão da Serra e Taquaras possuem DCE positiva, a barragem 5 encontra-se em nível 1 de emergência e B3/B4 permanece em nível 3 de emergência.

Assistência

A Vale também está apoiando a prefeitura e a Defesa Civil com recursos e equipamentos para prestar assistência à comunidade.

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