MG registra média de 54 mil novos casos de dengue por mês em 2019
Nos quatro primeiros meses deste ano, número de ocorrências da doença no Estado já é oito vezes maior do que o notificado em todo ano de 2018
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O Estado de Minas Gerais registrou uma média de 54 mil novos casos prováveis de dengue por mês, em 2019. Com a proliferação da doença, apenas nos quatro primeiros meses deste ano, o número de possíveis infectados já é oito vezes maior do que o registrado em todo ano de 2018.
Além do mal-estar e até casos de morte (38 até o momento), a situação vem provocando problemas em diferentes setores do serviço de saúde. No Hemominas de Belo Horizonte, por exemplo, o estoque de sangue está 30% abaixo do ideal.
Hellen Dupin, representante do setor de captação, explica que a redução se deve à grande demanda que foi registrada e pela diminuição de doares, que infectados com dengue, não podem doar sangue. A especialista convoca os saudáveis para ajudar a evitar problemas.
— A população tem que entender que se não tiver sangue para atender todo mundo, vamos atender primeiro as urgências e emergências. Assim, as cirurgias marcadas a mais tempo podem ser desmarcadas.
Desde o início da epidemia, a realidade de postos de saúdes de áreas mais afetadas é superlotação e longas esperas em filas. Para tentar amenizar o problema, a prefeitura de Belo Horizonte deixou três unidades para atender, exclusivamente, os casos suspeitos de dengue, que funcionam até aos sábados.
Em Minas, as áreas mais críticas são o Triângulo Mineiro, Centro-oeste e Noroeste. A cidade de Cristais, a 227 km de Belo Horizonte, tem a maior proporção de casos. Segundo cálculos do Governo, são 3.641 a cada 100 mil habitantes.
Controle
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, estão sendo adotadas diversas medidas emergenciais para controlar a proliferação da doença, como ampliação de vistorias em imóveis e campanhas de conscientização.
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No final de abril, o Estado decretou situação de emergência em cidades que fazem parte das macrorregiões de Saúde Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Triângulo do Norte e Triângulo do Sul. A medida facilita o repasse de verba para as áreas precárias.
Além disso, foram liberados R$ 8,3 milhões para 200 municípios com incidência de dengue considerada alta ou muito alta e outros R$ 17 milhões para as Upas (Unidades de Pronto Atendimento) de 32 cidades.
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