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MG registra uma ameaça de massacre em escolas a cada 10 horas em março

Belo Horizonte lidera o ranking das notificações feitas em 32 cidades do estado; veja a lista completa

Minas Gerais|Bruno Menezes e Akemi Duarte, da Record TV Minas


Ao menos 75 boletins de ocorrência sobre ameaças de massacre em escolas foram registrados em Minas Gerais durante o último mês de março. O levantamento exclusivo da Record TV Minas indica média de um registro a cada 10 horas.

Só na última sexta feira (31), pelo menos seis notificações foram formalizadas na polícia. Uma delas foi em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. A diretoria da Escola Municipal Margarida Soares Guimarães, no bairro Brasiléia, encontrou um recado com a frase "massacre dia 03/04". O bilhete estava na parede do banheiro feminino.

Especialistas falam sobre motivação dos ataques e possíveis soluções
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Em Sabará, também na Grande BH, uma ameaça de atentado levou a PM (Polícia Militar) à Escola Estadual Juquinha de Almeida no começo de março. Uma mensagem escrita com corretivo na porta de um dos banheiros dizia que a instituição seria alvo de um massacre. A ameaça deixou os estudantes muito assustados. Os militares acompanharam a entrada e a permanência dos alunos durante as aulas. O caso é investigado pela Polícia Civil.

As ocorrências foram registradas em 32 cidades. Belo Horizonte lidera o ranking, com 11 casos. Veja a lista completa:

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Belo Horizonte: 11

Itajubá: 8

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Montes Claros: 7

Contagem:5

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Nanuque: 3

Conceição do Rio Verde: 3

Manga: 3

Ponte Nova: 3

Pimenta: 3

Frutal: 2

Sabará: 2

Campos Altos: 2

Ribeirão das Neves:2

Uberlândia: 3

Conselheiro Pena: 1

Lambari: 1

Ressaquinha: 1

Matozinhos: 1

Francisco Badaró: 1

Uberaba: 1

Viçosa: 1

Ipatinga: 1

Igarapé: 1

Carmo do Cajuru: 1

Santa Luzia: 1

São Tomé das Letras: 1

Taiobeiras: 1

Pará de Minas: 1

Ouro Branco: 1

Betim: 1

Governador Valadares: 1

Nova Era: 1

Avaliação dos especialistas

As ameaças são feitas por bilhetes deixados nas escolas, mensagens nas paredes ou banheiros e ainda pelas redes sociais. A psicanalista Rita Guimarães avalia que um dos motivos que podem levar os estudantes a uma atitude extrema é o bullying.

“O que gera isto? A criança e o jovem que vivem esse bullying e faz esse bullying também são crianças e jovens pedindo ajuda”, observa.

Ameaça em escola de Betim preocupou comunidade escolar
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Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelam que um em cada 10 adolescentes já se sentiu ameaçado, ofendido ou humilhado em redes sociais ou aplicativos.

Quando perguntados sobre o motivo de sofrerem bullying, as três principais respostas foram: aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) e cor ou raça (4,6%).

Jorge Tassi, pesquisador em segurança pública, defende que os governos precisam dar condições para que as escolas tenham psicólogos para trabalharem junto dos professores na identificação desses casos. Para ele, prevenção é detectar e tratar o sofrimento do adolescente antes que ele reaja de forma violenta.

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“Esse é um processo de formação. A educação é isso. Dentro dessa circunstância é necessário que eu tenha exatamente esse inventário da situação emocional no âmbito da escola. Que eu compreenda como está o aluno para que ele possa ser eficiente no aprendizado e para que seja uma pessoa preparada para viver em sociedade”, avalia Tassi.

O Ministério da Educação já detectou que tão importante quanto as lições de português, matemática e ciências é também a capacidade de lidar com as emoções. Por isso, começou a valer em 2020 a determinação de que o ensino das competências socioemocionais faça parte do currículo de todas as escolas no Brasil. A proposta é trabalhar habilidades de relacionamento, consciência social, tomada de decisão.

Procurada pela reportagem, a SEE-MG (Secretaria de Educação de Minas Gerais) informou que quando ocorrem ameaças dentro das escolas estaduais ou em redes sociais, as unidades de ensino acionam os órgãos competentes, como medida preventiva de segurança.

A pasta destacou que mantém ações de combate e prevenção à violência, como o Programa de Convivência Democrática, que promove o respeito às diversidades e a defesa dos direitos humanos. Há também os núcleos de acolhimento educacional, formados por psicólogos e assistentes sociais, que atuam na resolução de conflitos e na identificação de situações de vulnerabilidade.

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