Dentre as mais de 1.100 vítimas da covid-19 em Minas Gerais, duas são crianças com menos de nove anos. Nesta sexta-feira (3), o Governo de Minas confirmou o óbito de uma menina de quatro anos, a vítima mais jovem da doença no Estado. Ela vivia em Diamantina, a 300 km de Belo Horizonte, e faleceu na última terça-feira (30). Outra criança, de oito anos, também se tornou vítima da covid-19. Ágatha Camille ssis Ramos, de 8 anos morava em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A menina tinha paralisia cerebral, ficou internada por 20 dias e a família desconfia que ela tenha sido contaminada após o pai ter tido contato com funcionários da empresa. Quinze pessoas se infectaram no trabalho dele. Apesar de todos os cuidados para que a familia não se infectasse, a mãe de Ágatha, a dona de casa Ana Lúcia Gomes e o marido também tiveram a doença. — Alguém precisava trabalhar. Ele estava trabalhando e, sempre que chegava em casa tomava banho, deixava o sapato do lado de fora, colocava a roupa em uma sacola. Mas é inevitável. porque a gente dormia junto no mesmo quarto. A gente vê falando de isolamento social dentro da própria casa quando a pessoa já está contaminada com o vírus, mas quando você começa a apresentar os sintomas, já contaminou quem está mais próximo de você. A mãe de Ágatha também recorda que não conseguiu cuidar da filha no momento mais dramático. — Num primeiro momento, fizeram uma tomografia do pulmão e indicaram que parecia uma pneumonia mal tratada, já que ela tinha sido internada anteriormente. Mas ela foi piorando e no mesmo dia que foi internada começou a ter muita insuficiência respiratória. A gente acabou precisando transferir para o CTI no mesmo dia e ela precisou ser entubada. Foram dias de angústia, porque ela dependia de mim, eu sempre cuidei da minha filha e, nesse momento, eu não podia estar com ela no hospital. Ágatha era a única filha do casal. O pai, Marcos, não consegue se acostumar com a ausência da garota. — É muito dificil mesmo, tem alguns momentos que a gente tinha em casa,como o lanche da tarde quando eu chegava do trabalho e na hora de dormir, quando a gente colocava musica pra ela, que ela amava. Quando chega esses momentos é que o coração mais aperta.