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Morte ao retirar DIU: cardiologista oferecia exame ginecológico gratuito, diz policia de MG

Médico da cidade de Matozinhos responde pela morte de uma paciente e por cinco denúncias de violação sexual mediante fraude

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Cardiologista nega as denúncias
Cardiologista nega as denúncias Cardiologista nega as denúncias

O cardiologista investigado pela morte de uma paciente durante retirada de DIU (dispositivo intrauterino) oferecia exames ginecológicos gratuitamente a algumas pacientes. A informação foi revelada pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (17), depois de prender o profissional.

Roberto Márcio Martins de Oliveira responde a seis inquéritos. Um é referente à morte de Jéssica Marques Vieira, então com 32 anos, ocorrida no dia 4 deste mês. Os demais estão ligados a denúncias de violação sexual mediante fraude. O primeiro, que motivou a prisão, foi registrado pela polícia em setembro deste ano. As vítimas seriam pacientes. Os abusos teriam ocorrido durante as consultas.

"Os relatos das vítimas são bem semelhantes. Elas o procuravam para fazer risco cirúrgico ou consulta cardiológica. Na maioria das vezes, ele oferecia, de forma até gratuita, exames ginecológicos, como o endovaginal e outros procedimentos, que, em tese, não teria motivo de fazer", detalha o delegado Roberto Márcio Martins de Oliveira. "As vítimas relatam que sofreram toque e frases de cunho sexual durante os procedimentos. Relatam que os exames que demandariam pouco tempo iam se prolongando", completa.

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De acordo com o delegado, o investigado negou os crimes, mas confirmou a realização dos exames ginecológicos. A reportagem tenta contato com a defesa do médico.

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Oliveira foi preso na tarde desta sexta-feira. Ele estava a caminho de casa quando foi abordado. Os policiais fizeram buscas na casa e na clínica do médico, que está interditada. Os investigadores recolheram computadores, o celular do investigado, prontuários dos pacientes e documentos.

"A prisão foi necessária não só para garantir a ordem pública e evitar que ele possivelmente pratique os mesmos atos, mas também para garantir a instrução criminal. Há denúncia de que o investigado estaria ameaçando testemunhas e uma das vítimas", detalhou o delegado.

A reportagem teve acesso a áudios que supostamente indicam ameaças feitas pelo médico. Ouça-os abaixo:

Histórico da morte

A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar a morte da dona de casa Jéssica Marques Vieira, então com 32 anos. Segundo denúncia da família, a mulher era acompanhada pelo médico devido a um quadro de sopro cardíaco. O profissional teria indicado o uso do DIU como método contraceptivo para evitar o consumo de remédios devido à doença.

O mesmo médico foi responsável pelo procedimento de retirada do DIU, no último dia 4. Os parentes contaram que, na data, o médico relatou à família que o problema teria ocorrido após a aplicação da anestesia. A paciente foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade, mas não resistiu.

À época, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais informou que "apura todas as denúncias recebidas, formais ou de ofício, por meio da abertura de procedimento administrativo para apuração dos fatos" e que "médicos registrados nos CRMs estão autorizados a realizar os procedimentos que entenderem necessários aos pacientes, mas não podem anunciar-se como especialistas caso não tenham a especialidade registrada no CRM de sua jurisdição, ficando sujeitos às penalidades aplicáveis".

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