Motoristas e empresas de ônibus de BH não fecham acordo

Terminou sem acordo a reunião de conciliação entre os motoristas e as empresas de ônibus que operam em Belo Horizonte, realizada nesta segunda-feira (22).

Parte da categoria entrou em greve hoje, afetando mais de 96 mil passageiros, até o início da tarde. Algumas estações não tiveram nenhuma operação.

A paralisação foi mantida, por tempo indeterminado, segundo o sindicato dos trabalhadores, devido à ausência de proposta de reajuste salarial, principal pauta da categoria. O Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte), alegou crise financeira ao não atender os pedidos.

O representante dos motoristas também afirmou que a suspensão do ato é inviável no momento devido ao ânimo dos funcionários. Por fim, o sindicato dos funcionários se comprometeu a cumprir a frota mínima em atividade de 60%, conforme determina decisão judicial divulgada na última sexta-feira (19).

"O sindicato reafirma a importância dos trabalhadores cumprirem as determinações judiciais, inclusive quanto à escala mínima, a fim de garantir que nossa greve seja realizada dentro da legalidade", disse Paulo Cesar da Silva, presidente do STTRBH (Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte e região).

Um novo encontro foi marcado para esta terça-feira (23), na tentativa de solucionar o impasse entre trabalhadores e empresas de ônibus. A Prefeitura vai ser convocada a participar.

Até o final da manhã, segundo a BHTrans (Empresa de Transportes de Belo Horizonte), aproximadamente 96 mil usuários do sistema de ônibus foram afetados pela paralisação. Na faixa de horário, duas estações não tinham nenhuma operação. Entre às 15h e 16h, apenas a estação Barreiro não tinha movimentação alguma.

Veja o índice de funcionamento das estações entre 15h e 16h:

Barreiro: 0%

Diamante: 11%

Pampulha: 33%

São Gabriel: 50%

São José: 22%

Venda Nova: 32%

Vilarinho: 49%

Demais Linhas:40%

Reforço no metrô

Em função da greve, a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) aumentou o número de viagens do metrô da capital mineira. Segundo a empresa, o intervalo de 7 a 10 minutos entre as viagens, padrão dos horários de pico, vão ser mantidos de acordo com a demanda observada pelo Centro de Controle Operacional. Ainda segundo a companhia, das 5h15 às 12h desta segunda-feira, houve um aumento de 10 mil passageiros no sistema.

As estações do metrô da capital mineira funcionam das 5h15 às 23h para quem já possui cartão do transporte ou o bilhete de metrô. Para quem precisa comprar a passagem, as bilheterias abrem às 5h40 e fecham às 23h. A tarifa custa R$ 4,50.

Reflexos

Após o término da reunião de negociação, a CDL-BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte) emitiu uma nota pedindo que os motoristas cumpram o mínimo de 60% de atividade. No texto, o presidente Marcelo de Souza e Silva reconhece a paralisação como legítima, afirma que não é contra as demandas, mas chama atenção para o impacto da greve na economia da cidade.

"Estamos iniciando um processo de retomada, por isso, cada dia de vendas e de funcionamento do comércio é importante. Estamos às vésperas da Black Friday, uma das mais importantes datas, por isso, é urgente que haja uma conciliação onde todos possam ser beneficiados", destacou.