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MP abre novo inquérito para avaliar risco de barragem de Paracatu (MG)

Investigação identificou fissuras e erosão na estrutura da maior barragem do País, localizada no noroeste de Minas; polícia acompanha as apurações

Minas Gerais|Luíza Lanza*, do R7

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Imagens de satélite da barragem de Eustáquio, em Paracatu
Imagens de satélite da barragem de Eustáquio, em Paracatu

O Ministério Público de Minas Gerais abriu, nesta quinta-feira (5), um inquérito civil para investigar o risco de rompimento da barragem de Eustáquio, em Paracatu, a 504 km de Belo Horizonte. Na estrutura, de acordo com nota divulgada pelo órgão, foram detectadas fissuras e processores erosivos durante avaliação da Polícia Militar Ambiental.

Leia mais:MP Investiga estabilidade de barragem em Paracatu (MG)


A barragem de Eustáquio pertence ao complexo considerado o maior do País em céu aberto. A estrutura, que pertence à empresa canadense Kinross tem capacidade para receber 700 milhões de metros cúbicos de rejeitos, dos quais 143 mi m³ estão em utilização.

Leia mais: O que é uma barragem de rejeitos de mineração? E a lama, o que é?


O promotor Athaide Peres afirma que as providências necessárias foram tomadas para garantir a segurança da população do local. 

— Os fatos ocorridos são preocupantes, em decorrência do volume de rejeitos da mineração aurífera armazenados na conhecida barragem de Eustáquio. Providências imediatas de órgãos de controle, como ANM, Feam, Semad, NEA e Defesa Civil Estadual e Municipal já foram requisitadas. Com tais averiguações técnicas, providências serão tomadas pelo MPMG no resguardo dos interesses ambientais e sociais da região do Córrego Rico e do Vale do Paracatu.


Tragédias

Minas tem duas grandes tragédias ambientais do País em sua história recente. Em 2015, uma barragem de rejeitos de minério se rompeu em Mariana, na região metropolitana de Belo Horizonte. Na ocasião, 19 pessoas morreram e o subdistrito de Bento Rodrigues foi coberto de lama.


Três anos depois, outra barragem: dessa vez em Brumadinho, também na região metropolitana da capital mineira. O rompimento da estrutura, que tinha capacidade de 1,2 milhão de metros cúbicos, deixou 259 mortos e 11 desaparecidos.

Resposta

Em nota, a mineradora Kinross disse que a barragem encontra-se estabilizada e sem qualquer comprometimento em sua estrutura. A empresa explicou que as alterações presentes na denúncia são resultado de um processo erosivo superficial causado pelas chuvas recentes na região e que já haviam sido identificadas pelas equipes de monitoramento.

A empresa garante que a segurança é atestada por especialistas nacionais e internacionais, que adotam procedimentos realizados de acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o ICOLD (Comitê Internacional de Grandes Barragens). Todas as estruturas possuem laudos técnicos que atestam sua estabilidade e são fiscalizadas por instituições públicas federais.

Kinross afirmou, ainda, que possui um plano de emergência atualizado, em parceria com a Defesa Civil Municipal, o Corpo de Bombeiros e das Polícias Civil, Militar, Ambiental e Rodoviária Estadual e Federal. Para isso, realiza treinamentos com comunidades vizinhas à barragem sobre como proceder em situações de emergência.

*estagiária do R7 sob supervisão de Lucas Pavanelli

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