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MP e PF divergem sobre culpa de ex-presidente da Vale em Brumadinho

Fábio Schvartsman foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado e crimes ambientais; PF ainda não concluiu inquérito

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Schvartsman foi acusado de homicídio
Schvartsman foi acusado de homicídio

Um ano depois do rompimento da barragem de Brumadinho, que matou 270 pessoas, as duas investigações abertas para apurar as causas da tragédia tem como principal divergência a responsabilidade do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, no caso.

O Ministério Público de Minas Gerais apresentou nesta terça-feira (21) uma denúncia por homicídio duplamente qualificado contra Schvartsman e outras 15 pessoas, funcionários da Vale e da Tüv Süd. A denúncia tem como base o inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais. 

O ex-presidente da Vale deve responder 270 vezes pelo crime, ou seja, por cada uma das vítimas da tragédia. Até o momento, 259 foram identificadas e outras 11 continuam desaparecidas. 

A outra investigação, que ainda está em curso, é comandada pela Polícia Federal em Belo Horizonte. Até o momento, fontes ligadas ao caso não veem responsabilidade de Schvartsman no rompimento da barragem de Brumadinho. 


A PF concluiu um inquérito sobre o assunto, que resultou no indiciamento de 13 pessoas por falsificação e uso de documento falso, e deve concluir a investigação até o meio do ano. No entanto, ainda não há como responsabilizar criminalmente o ex-presidente da Vale, na avaliação dos delegados que comandam o trabalho. 

A Polícia Federal aguarda a conclusão de um laudo que poderá apontar o que causou a liquefação da barragem que se rompeu em 25 de janeiro do ano passado para concluir as investigações. 


Defesa

A defesa de Fabio Schvartsman classificou a denúncia do MP de "açodada" e "injusta". "Açodado porque as investigações não estão finalizadas. A polícia federal já declarou que os laudos definitivos sobre as causas do acidente ficarão prontos em junho. Injusto porque desconsidera todos documentos apresentados às autoridades, que revelam a ausência de comunicação de quaisquer problemas em Brumadinho à Presidência da Vale", diz o texto.


Segundo a defesa do ex-presidente da Vale, ele assumiu o cargo em maio de 2017 e, desde então, tomou medidas "para reforçar a segurança em barragens e ampliar consideravelmente os recursos destinados à área." 

"Quando do rompimento da barragem, ciente da gravidade dos fatos, tomou medidas imediatas para assistir às vítimas e suas famílias, além de determinar abertura de rigorosa investigação para esclarecer o ocorrido", diz a nota.

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