MP pede afastamento de Wellington Magalhães por desvios e propina
Em nova denúncia, Ministério Público acusa vereador de BH de receber R$ 1,8 milhão em propina em dinheiro, além de vinhos e hospedagem no exterior
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas
O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) denunciou o vereador Wellington Magalhães (DC) e outras oito pessoas físicas e jurídicas por desvios de verbas de contratos de publicidade da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Na ação de improbidade administrativa, o MPMG solicitou o novo afastamento de Magalhães do cargo e a indiponibilidade de bens de todos os denunciados no valor de R$ 9,2 milhões. Após ficar um ano e dois meses afastado, o parlamentar retomou o cargo em junho deste ano, após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), usando tornozeleira eletrônica.
De acordo com a denúncia, Magalhães "montou dentro da estrutura interna da Câmara Municipal uma organização criminosa destinada a desviar recursos, por meio do direcionamento de licitações, superfaturamento de contratos, além da prática de diversos crimes, tais como corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro".
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Ainda de acordo com a denúncia, o parlamentar, enquanto estava no cargo de presidente da Câmara de Belo Horizonte, recebeu propina, tanto em dinheiro (R$ 1,8 milhão) como em bens, como vinhos importados e hospedagem no exterior. Na denúncia, o MPE incluiu a cópia de uma suposta agenda da propina em que Magalhães é identificado como "Grandão" ou "G".
O MPMG aponta três motivos que sustentam o pedido de afastamento de Magalhães do cargo: dano aos cofres públicos e enriquecimento ilícito, improbidade administrativa e sérios indícios de que o vereador permanecerá comentendo atos de improbidade.
A reportagem entrou em contato com a defesa do vereador e aguarda um posicionamento.
Histórico
Ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (DC) é investigado desde 2016 pela Polícia Civil e pelo MPMG por desvios de cerca de R$ 30 milhões por meio de fraudes em contratos de publicidade no Legislativo municipal. Alvo de uma operação, ele se entregou à polícia em abril do ano passado, depois de ter ficado foragido por seis dias.
Depois de ter sido solto, Magalhães retornou à Câmara Municipal, onde sobreviveu a um processo de cassação. Denunciado por quebra de decoro parlamentar, o vereador acabou escapando da perda do mandato. os 40 vereadores de Belo Horizonte, 23 votaram pela cassação e 15 se abstiveram de votar. Eram necessários 28 votos para que ele fosse cassado.
Magalhães foi afastado do cargo por decisão da Justiça em 4 de junho de 2018. Ele ficou afastado por um ano e duas semanas até ser autorizado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a retomar o mandato.