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Operação Capitu: Empresário que estava no Uruguai se entrega à PF

Investigação apura esquema de pagamento de propina no Ministério da Agricultura entre os anos de 2014 e 2015, no Governo Dilma Rousseff

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

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Operação cumpriu 81 mandados em 5 estados
Operação cumpriu 81 mandados em 5 estados

O sócio de uma rede de supermercados investigado na operação Capitu se entregou na sede da PF (Polícia Federal), em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira (12). No dia em que foram cumpridos os mandados de prisão dos suspeitos de envolvimento em um esquema de pagamento de propina ao Ministério da Agricultura o empresário estava em viagem ao Uruguai.

A operação Capitu, desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada na última sexta-feira (9) em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso. Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 62 de busca e apreenção. Um advogado continua foragido.


Entre os presos, está o vice-governador de Minas, Antonio Andrade (MDB), que à época era o chefe da pasta, além dos executivos da JBS Joesley Batista, Ricardo Saud e Demilton de Castro.

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Segundo os investigadores, a JBS teria pago propina a membros de Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) entre 2014 e 2015 para aprovação de regulamentações que favorecessem a companhia.

De acordo com a PF, apenas Andrade teria recebido R$ 15 milhões. O dinheiro teria sido divido com outros deputados da bancada mineira do MDB. Para que a verba chegasse até os políticos, seis escritórios de advocacia foram usados para lavar o dinheiro.


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Além disso, segundo o delegado Mário Veloso, responsável pelas investigações, duas redes supermercadistas também teriam teriam participado do esquema, repassando verbas para os deputados por meio de doações legais e ilegais. A ordem de pagamento teria sido feita pela JBS, de cujos frigoríficos os mercados compravam produtos.


Neste domingo (11) o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a soltura do ex-ministro da Agricultura Neri Geller e do ex-secretário de Defesa Agropecuária Rodrigo Figueiredo, presos durante a operação.

Defesa

Sobre a operação, a defesa de Andrade afirmou que “haverá manifestação tão logo a defesa tome conhecimento do conteúdo do inquérito. Durante o depoimento, Antônio Andrade respondeu tudo o que lhe foi perguntado e colaborou com o trabalho da Polícia Federal”.

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André Callagari, advogado de Joesley Batista, alegou que o empresário “é colaborador da Justiça e tem cumprido à risca essa função. Portanto, causa estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros documentos de corroboração. A prisão é temporária e ele vai prestar todos os esclarecimentos necessários".

Sobre os executivos da J&F, o advogado Pierpaolo Bottini afirmou que "a investigação só existe porque os executivos da J&F colaboraram com a justiça. O acordo segue vigente. Joesley, Saud e Demilton já depuseram, cada um deles, três vezes na Justiça, e nunca se recusaram a colaborar. Esperamos que a prisão seja revogada assim que esclarecidos os fatos".

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