O pai de Lorenza Maria de Pinho rebateu as afirmações feitas pelo promotor André de Pinho, acusado da morte da esposa, na primeira entrevista que ele concedeu desde a morte da mulher. Preso há um ano e dez meses em Belo Horizonte, o promotor afastado conversou com a Record TV Minas com exclusividade, disse que a mulher era depressiva, teria tentado se matar diversas vezes e já tinha até escolhido uma roupa com a qual gostaria de ser enterrada.
O pai dela, Marco Aurélio, confirma que a filha estava com um quadro de depressão e que teria falado em se matar após descobrir uma traição de André. No entanto, ele diz que as falas do promotor sobre Lorenza desejar morrer são “teatrais e fantasiosas”.
O sogro de André foi o primeiro a suspeitar que a causa da morte da filha não foi natural. E também o primeiro a ligar para a Polícia Civil, depois que ela foi encontrada morta, em abril 2021. O aposentado tem sido uma voz forte da família na acusação comandada pelo Ministério Público.
Sobre os netos, que acusam o avô de ser mentiroso e defendem a inocência do pai, Marco Aurélio lamenta que todos tenham abraçado a versão do pai. "Os netos sofreram alienação parental forte. É de doer o coração”, disse o avô.
Marco Aurélio também respondeu às acusações feitas por André, que o acusa de ter sido um pai ausente e de ter abandonado a mãe de Lorenza quando ela teve câncer. O aposentado mais uma vez disse que o contato com a filha era impedido pelo promotor e que se separou da esposa antes de ela descobrir a doença. Ele acusa André de querer afastar Lorenza de todos e ressalta que isso é comprovado no processo do Ministério Público.
O jornalismo da Record TV Minas teve acesso com exclusividade ao relatório final do Ministério Público, apresentado ao Tribunal de Justiça. O documento afirma que "a cuidadosa exploração da região cervical revelou aos peritos a presença de intensa hemorragia na estrutura muscular, comprovando-se, assim, que a vítima foi asfixiada. Além disso, foi detectada a presença de cinco medicamentos no organismo e álcool". Por isso, a promotoria acusa o réu de feminicídio multiplamente qualificado.
“Perder uma filha esganada é muito difícil. E quem fala isso não sou eu, é o Ministério Público. O IML que fala que minha filha foi esganada”, desabafou Marco Aurélio.
Além de ser acusado da morte de Lorenza, André de Pinho responde por ter deixado uma arma de fogo guardada no quarto do filho menor de 18 anos. Se condenado, ele pode pegar até 32 anos de prisão.
Confira a entrevista: