Bartô nega irregularidades
Divulgação / ALMGO diretório nacional do partido Novo informou, nesta quinta-feira (6), que vai punir a postura do deputado estadual mineiro Bartô, que acompanhou a polícia durante a prisão de um homem suspeito de arremessar ovos contra manifestantes que defendiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Belo Horizonte, no último sábado (1º).
Uma gravação mostra os policiais militares dentro do apartamento algemando o analista de sistemas Felipe Cezário. Ele tenta conversar ao telefone com uma pessoa, que parece ser um advogado, para relatar que estava sendo preso sem saber o artigo que o enquadraria. Um dos militares insiste para ele desligar a ligação.
No vídeo, Bartô aparece do lado de fora do apartamento, no corredor do prédio. A namorada de Cezário pergunta aos militares o motivo da prisão e para onde o companheiro seria levado. Eles não respondem. Em seguida, o deputado explica a ela que receberam denúncias de que objetos seriam arremessados com frequência daquele apartamento.
"A atitude de Bartô é vergonhosa e completamente incompatível com a de um servidor público, especialmente do Novo, partido que foi fundado para transformar o Brasil em um país admirável. O Diretório Nacional já tomou as medidas cabíveis junto à Comissão de Ética Partidária para punir adequadamente este ato deplorável, que desrespeita o Estado de Direito, a Constituição e o Estatuto do Novo", disse o partido em nota.
Em comunicado, o deputado afirmou que repudia "todo e qualquer ato de agressão", defendendo ser "dever do cidadão evitar que esse tipo de ação seja praticada por qualquer pessoa, independente de sua ideologia". O parlamentar ainda disse que não foi procurado pela direção do Novo para falar sobre o assunto.
"Causa-me estranheza um partido que se diz prezar pelo Estado Democrático de Direito sequer ouvir o outro lado antes de fazer julgamentos, inclusive, baseados em notícias midiáticas", completou o deputado.
Investigação
A Polícia Militar e o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) investigam as circunstâncias da prisão do analista de sistema Felipe Cezário. A Polícia Civil apura se Cezário, de fato, arremessou os ovos contra os manifestantes.
Nesta quinta-feira, o advogado Daniel Deslandes, membro da comissão de direitos humanos da OAB/MG (Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais) entrou com pedido de cassação do mandato de Bartô por quebra de decoro parlamentar em função da participação na ocorrência. Para ele, houve abuso de autoridade e fraude processual.
A solicitação de Deslandes precisa ser analisada pela ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), o que não tem data para ocorrer. A Comissão de Direitos Humanos da Casa aprovou, nesta quarta-feira (5), um requerimento de 12 deputados para a realização de uma audiência pública que vai descutir a postura de Bartô.