Patrimônio de vereador novato de BH subiu 300% em dois anos
Ronaldo Batista tomou posse nesta semana no lugar de Cláudio Duarte, cassado; patrimônio do vereador subiu de R$ 760 mil para R$ 3 milhões
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes e Enzo Menezes, da RecordTV Minas
Em apenas dois anos, o patrimônio do vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista de Morais (PMN) saltou 300%, segundo dados do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais.
Suplente de vereador, Morais tomou posse nesta segunda-feira (5) na Câmara Municipal de Belo Horizonte no lugar de Cláudio Duarte (PSL), cassado em plenário por quebra de decoro parlamentar.
Duarte foi o primeiro parlamentar da capital a perder o mandato por causa de denúncias de extorsão do salário de assessores, prática conhecida como "rachadinha".
Em 2016, quando ele se candidatou a vereador, Morais declarou possuir R$ 760 mil em bens. Em 2018, quando se candidatou a deputado estadual, declarou possuir R$ 3 milhões. Portanto, um aumento de 300%.
Há dois anos, a lista de bens informava três carros, sendo um deles de mais de R$ 100 mil, dois imóveis, e aplicações financeiras. No ano passado, oito aplicações, oito consórcios, duas casas, um terreno, um apartamento, além de um veículo. Sendo que o bem mais valioso é uma casa de quase R$ 600 mil.
Em nota, a assessoria de imprensa do vereador diz que ele começou a trabalhar aos 13 anos de idade e que construiu seu patrimônio "de forma honesta e declarada, trabalhando até os dias de hoje" e que não há incompatibilidade quanto sua declaração de patrimônio.
Réu por desvio em sindicato
Conforme o R7 mostrou nesta segunda-feira, o novo parlamentar da capital é réu e está com os bens bloqueados em processo no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que apura supostas irregularidades na gestão do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTR-BH). Segundo seu advogado ele não é mais presidente do sindicato.
Segundo despacho do juiz Alfredo Massi, com base em denúncia apresentada pelo Ministério Público do Trabalho, Morais e outras 10 pessoas são réus "em razão de má administração do sindicato, como desvio, dilapidação e malversação do patrimônio da entidade, descumprimento de acordo judicial e apropriação indébita".
Em nota encaminhada à reportagem, a assessoria de imprensa de Ronaldo Batista de Morais afirmou que o processo corre em segredo de Justiça e se refere a uma antiga gestão do sindicato. "Herdamos na época um sindicato repleto de problemas e, infelizmente, caiu nas nossas costas às (sic) mazelas das gestões anteriores."