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PF acha lista com 57 pessoas que teriam sido vacinadas em empresa

Investigação vê indícios de que imunizantes foram comprados em país vizinho ao Brasil e não diretamente com a Pfizer

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas, com Pablo Nascimento, do R7

Documento foi encontrado em sede de empresa
Documento foi encontrado em sede de empresa

A Polícia Federal apreendeu, nesta sexta-feira (26), uma lista com os nomes das 57 pessoas supostamente vacinadas contra a covid-19 em uma empresa de ônibus em Belo Horizonte.

Segundo fontes ligadas à investigação, há indícios de que os imunizantes foram comprados em países vizinhos ao Brasil e não diretamente com a fabricante Pfizer.

Nesta quarta-feira (24), uma reportagem da revista Piauí revelou que empresários e políticos de Minas Gerais compraram doses de vacinas do laboratório americano e foram imunizados, às escondidas, na garagem da empresa de transportes Saritur, na terça-feira (23).

Agentes da Polícia Federal tiveram uma conversa inicial com funcionários da compania de viação e com um dos sócios, Robson Lessa, apotado pela Piauí como possível articulador da aplicação das doses, ao lado do irmão Rômulo Lessa.


Segundo a Justiça Federal, em conversa com os policiais, Robson "negou a ocorrência do fato noticiado na imprensa, mas, durante a entrevista, demonstrou nervosismo e apreensão". Na visita, os policiais ainda constataram que vídeos divulgados pelo R7 da suposta vacinação mostram exatamente "o setor médico da empresa".

Em contato com a reportagem, a Pfizer já havia negado qualquer negociação com a iniciativa privada no Brasil.


Operação

A lista com os nomes dos possíveis vacinados segue sob segredo judicial. Os documentos foram encontrados durante buscas realizadas nesta manhã. Nenhum imunizante foi localizado até o momento.


"Em que pese as diligências preliminares não terem obtido êxito, há fortes indícios de ocorrênciade importação ilegal de vacinas contra covid-19 e de realização de vacinação organizada porrepresentantes da empresa Saritur, que, segundo as investigações, são administradas por Robson e Rômulo Lessa", ressaltou o juiz federal Rodrigo Pessoa Pereira, da 35ª Vara, ao autorizar a operação.

Conforme apurado pelo R7, no galpão onde ocorreu a vacinação funciona atualmente as operações da Cia Atual Coordenadas, pertencente ao Grupo Saritur.

Os nomes dos donos da Saritur constam na Receita Federal como os diretores da Atual. O site da companhia de ônibus também afirma que ela pertence ao grupo. Ainda assim, representantes da Saritur afirmam que não têm ligação com a Coordenação Viação.

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