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PF quer mais prazo para investigar advogado de agressor de Bolsonaro

Investigadores tentam descobrir se há uma organização criminosa por trás do crime; para isso, tentam apurar quem pagou pela defesa de Adélio Bispo

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

A Polícia Federal em Belo Horizonte vai solicitar, nesta terça-feira (23), a prorrogação do inquérito que investiga a identidade do financiador da defesa do agressor do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em janeiro, a PF já havia solicitado mais 90 dias para concluir o inquérito.

A PF segue tentando descobrir se há uma organização criminosa ou um grupo político por trás do crime. Para isso, tenta apurar quem pagou pela defesa de Adélio Bispo, autor da facada. Em depoimento, o advogado Zanone de Oliveira se recusou a revelar quem paga pelos seus serviços alegando sigilo profissional.

Segundo o delegado Rodrigo Morais Fernandes, responsável pelo inquérito, a prorrogação visa concluir a investigação.

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— Estão sendo ouvidas e entrevistadas todas as pessoas indentificadas por meio de e-mails, telefones, mídias sociais e outras fontes que tiveram algum contato com Adélio nos últimos 5 anos, a fim de verificar eventual dado que possa levar a participação de terceiros. Também se aguarda perícias em imagens apresentadas nas redes sociais que apontam para a partipação de terceiros.


Ainda segundo o delegado, a PF está aguardando uma eventual revisão da decisão judicial que proibiu o acesso ao telefone do advogado onde se buscava identificar se realmente exite algum financiador dos honorários advocatícios e, por conseguinte, o interesse deste na causa.

Em março, a AGU (Advocacia Geral da União) apresentou um recurso contra decisão liminar do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) que suspendeu a investigação aberta a partir da apreensão do celular do advogado.


Em sua decisão, o desembargador Néviton Guedes atendeu solicitação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que alegou que Zanone teve violado seu sigilo funcional. Periciar o telefone é um das principais linhas da investigação.

Desde o atentado, no dia 6 de setembro de 2018, a PF está atrás de indícios de envolvimento de um suposto mandante. Todas as linhas de apuração estão sendo utilizadas, seja para tentar identificar um mandante ou se Adélio Bispo agiu sozinho. Zanone declarou não acreditar em complô para o crime.

— Acredito que não tem ninguém por trás. O governo tem a PF, a inteligência do exército, a Abin. Se tivesse algum mandante já teriam descoberto há muito tempo.

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