Polícia Civil conclui inquérito do caso Backer e descarta sabotagem
Investigações duraram exatos cinco meses e mais de 70 testemunhas foram ouvidas; intoxicação deixou 42 vítimas e nove pessoas morreram
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Após cinco meses, a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre o caso Backer. A hipótese de sabotagem foi completamente descartada pelo delegado Flavio Grossi, da 4ª Delegacia de Polícia Civil, na região Oeste de Belo Horizonte, que deve apresentar mais informações sobre as investigações nesta terça-feira (9).
O inquérito acumula cerca de 4 mil páginas e, ao longo desses cinco meses, mais de 70 pessoas prestaram depoimentos, dentre elas, vítimas, suspeitos e testemunhas.
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Cervejaria Backer continua interditada e produto é descartado
Segundo as investigações, 42 pessoas tiveram complicações após consumirem cervejas da marca Backer, em especial a Belorizontina. Nove pessoas morreram. Uma análise coordenada pela perícia identificou a contaminação por duas substâncias tóxicas, mono e dietilenoglicol - em 53 lotes de cervejas -, usadas no processo de refrigeração da bebida.
Segundo a cervejaria, ela nunca utilizou o dietilenoglicol, somente o monoetilenoglicol, e esse líquido não tinha contato direto com a cerveja.
A fábrica da Backer foi interditada pelo Ministério da Agricultura no dia 10 de janeiro e, três dias depois, a pasta determinou o recolhimento de todos os produtos da marca do mercado.
Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Backer disse que se irá se manifestar após as conclusões da Polícia Civil sobre o caso. Segundo a cervejaria, ela tem contribuído com as autoridades "e é a maior interessada em descobrir como se deu a contaminação do produto".
"A empresa está certa de que seguiu todos os procedimentos exigidos pelas normas vigentes. Prova disso é que frequentes fiscalizações não apontaram qualquer irregularidade no processo de produção", informa a empresa.