Minas Gerais Polícia Civil reconstitui briga de trânsito que terminou com a morte de motorista de reboque

Polícia Civil reconstitui briga de trânsito que terminou com a morte de motorista de reboque

Anderson Cândido foi baleado pelo delegado Rafael de Souza Horácio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte

  • Minas Gerais | Ricardo Vasconcelos e Bruno Menezes, da Record TV Minas

Reconstituição deve esclarecer dúvidas sobre a briga de trânsito

Reconstituição deve esclarecer dúvidas sobre a briga de trânsito

Bruno Menezes/ Record TV Minas

A Polícia Civil reconstituiu neste domingo (20) a briga de trânsito que terminou com a morte do motorista de um caminhão reboque, no dia 26 de julho, no Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A reprodução dos fatos foi uma determinação da Justiça para dar andamento ao inquérito e esclarecer dúvidas acerta do que aconteceu.

Para a defesa do delegado Rafael de Souza Horácio, que atirou no motorista, o policial agiu em legítima defesa, ao perceber que estava em risco, após a discussão com o reboquista Anderson Cândido Melo, de 44 anos. "Havia uma percepção de risco. Ele (delegado) reagiu. Entre as nossas teses, é a de legítima defesa. Certamente o doutor Rafael agiu acreditando que estava por ser ofendido", explicou o advogado Fernando Magalhães, enfatizando que esse será o tom do depoimento do delegado, marcado para o próximo dia 29.

Por outro lado, em setembro, após uma perícia nos equipamentos do caminhão, a Polícia Civil desmentiu essa versão, revelando que o caminhão desligou e não acelerou contra o delegado. O depoimento das testemunhas também sustenta o fato de que Anderson não teria reagido. "As testemunhas oculares não compareceram (reconstituição), então, é a versão dele (delegado). A versão de legítima defesa não se sustenta. Ele deu apenas dois passos do lado do carro e atirou. Em momento algum o Anderson tentou direcionar o caminhão para cima dele ou qualquer coisa nesse sentido", explicou o advogado da família do motorista, Rafael Nobre.

A viúva de Anderson, Maria Regina de Jesus, acompanhou a reconstituição, mas não acredita nessa versão. Ela espera que o inquérito seja concluído e que o caso vá à júri popular. Rafael de Souza Horácio foi denunciado por homicídio qualificado, por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Reconstituição

A reconstituição do acidente atrasou em quase 2 horas porque a defesa do motorista não aceitou o caminhão apresentado pela Polícia Civil, diferente do veículo de Anderson, que, inclusive, continua apreendido. Foi preciso alugar um veículo para dar andamento aos trabalhos. A avenida do Contorno ficou interditada parcialmente, nos dois sentidos, mas o viaduto Oeste já estava fechado desde às 13h30. Motoristas enfrentaram um longo congestionamento para passar pelo local.

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