Polícia conclui identificação dos 26 mortos em ação policial em MG
Todos morreram em uma operação policial na zona rural de Varginha (MG); identificação levou menos de uma semana
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, neste sábado (6), a identificação dos 26 mortos em uma operação policial na zona rural de Varginha, a 265 quilômetros de Belo Horizonte, no dia 31 de outubro. Vinte e cinco corpos de pessoas que pertenceriam a uma quadrilha especializada em mega-assaltos já foram liberados pelo IML (Instituto Médico-Legal) de Belo Horizonte às famílias.
O último corpo identificado é de Adriano Garcia, de 47 anos, natural da cidade de Elói Mendes (MG). Ele foi o único cuja identidade foi reconhecida graças à análise genética. De acordo com a Polícia Civil, outros métodos, como impressões digitais, análise de arcada dentária e antropologia forense, não foram suficientes para fazer a identificação.
Segundo o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Joaquim Francisco Neto Silva, além da questão da identificação dos corpos, a corporação está envolvida na investigação do caso. Para ele, inicialmente, a atuação da Polícia Militar no caso foi "legítima".
"A partir de agora, é dever da Polícia Civil apurar as circunstâncias que envolveram a atuação policial. Já tivemos uma reunião com a Polícia Federal e o Ministério Píblico para tratar de todos os detalhes referentes à materialidade do evento, tanto periciais como a investigação de campo, ouvindo todos os envolvidos no episódio, que é lastimável que tenha acontecido. Há presunção de legitimidade da atuação policial, mas é nosso dever apurar", disse ele.
O trabalho de identificação começou na última segunda-feira (1º), quando todos os 26 corpos foram levados para a capital mineira. A Polícia Civil precisou pôr em prática um protocolo de "desastre em massa" devido ao grande número de pessoas que chegaram ao IML ao mesmo tempo. Ao longo da semana, à medida que os corpos iam sendo identificados, familiares dos mortos apareceram para fazer o reconhecimento e a liberação.
Uma entrevista coletiva foi convocada para este sábado (6) para que os policiais civis possam dar detalhes do processo de identificação, bem como das investigações relacionadas ao caso.
Saiba quem são os mortos
Dos 26 mortos na operação policial em Varginha, 13 são de Minas Gerais, principalmente das cidades de Uberaba e Uberlândia. Os demais são de Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Maranhão, São Paulo, Amazonas e Pará.
1. Artur Fernando Ferreira Rodrigues, 27 anos, Uberaba (MG);
2. Daniel Antonio de Freitas Oliveira, 35 anos, Uberlândia (MG);
3. Darlan Luiz dos Santos Brelaz, 41 anos, Goiânia (GO);
4. Dirceu Martins Netto, 24 anos, Rio Verde (GO);
5. Eduardo Pereira Alves, 42 anos, Brasília (DF);
6. Evando José Pimenta Junior, 37 anos, Uberlândia (MG);
7. Francinaldo Araújo da Silva, 44 anos, Eugênio Barros (MA);
8. Gerônimo da Silva Sousa Filho, 28 anos, Porto Velho (RO);
9. Gilberto de Jesus Dias, 29 anos, Uberlândia (MG);
10. Giuliano Silva Lopes, 32 anos, Uberlândia (MG);
11. Gleisson Fernando da Silva Morais, 36 anos, Uberaba (MG);
12. Isaque Xavier Ribeiro, 37 anos, Gama (DF);
13. Itallo Dias Alves, 25 anos, Uberaba (MG);
14. José Filho de Jesus Silva Nepomuceno, 37 anos, Caxias (MA);
15. José Rodrigo Dama Alves, 33 anos, Uberlândia (MG);
16. Julio Cesar de Lira, 36 anos, Santos (SP);
17. Luiz André Felisbino, 44 anos, Ipameri (GO);
18. Nunis Azevedo Nascimento, 33 anos, Novo Aripuanã (AM);
19. Pietro Henrique Silva da Fonseca, 20 anos, Uberlândia (MG);
20. Raphael Gonzaga Silva, 27 anos, Uberlândia (MG);
21. Ricardo Gomes de Freitas, 34 anos, Uberlândia (MG);
22. Romerito Araujo Martins, 35 anos, Goiânia (GO);
23. Thalles Augusto Silva, 32 anos, Uberaba (MG);
24. Welington dos Santos Silva, 31 anos, Parauapebas (PA);
25. Zaqueu Xavier Ribeiro, 40 anos, Goiânia (GO);
26. Adriano Garcia, 47 anos, Elói Mendes (MG).
Relembre a operação
Uma violenta troca de tiros, na madrugada deste domingo (31), na área rural de Varginha, deixou 26 mortos. Todos eles eram suspeitos de integrar uma quadrilha do chamado "novo cangaço", responsável por mega-assaltos a agências bancárias.
A ação contou com equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais), uma divisão da PM (Polícia Militar) de Minas Gerais.
Em um vídeo divulgado pela capitã Layla Brunnela, porta-voz da PM, o arsenal seria capaz de fazer frente às guarnições da corporação.