Logo R7.com
RecordPlus

Polícia indicia cardiologista por morte de paciente durante retirada de DIU em MG

Investigação apontou que houve demora por parte do médico para solicitar socorro para a paciente

Minas Gerais|Do R7

  • Google News
Vítima morreu aos 32 anos, em Matozinhos (MG)
Vítima morreu aos 32 anos, em Matozinhos (MG) Reprodução / Record Minas

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou por homicídio com dolo eventual o cardiologista responsável por um procedimento de retirada de DIU (dispositivo intrauterino) que terminou com a morte da paciente.

O anúncio do indiciamento foi feito nesta quinta-feira (21). A morte ocorreu no dia 4 de novembro do ano passado, em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte.


A investigação apontou que o médico Roberto Márcio Martins de Oliveira, de 59 anos, demorou a solicitar socorro para a paciente após identificar problemas. O procedimento começou por volta das 7h30 e o resgate foi chamado às 11h.

“A demora teria ocorrido com o objetivo de resolver a situação internamente e evitar problemas para o médico e para a clínica, que estava irregular”, declarou o delegado Cláudio de Freitas Neto. O espaço, segundo só tinha alvará para realização de consultas cardiológicas.


“Conforme revelaram as investigações, a sedação da vítima foi aplicada pelo próprio médico que realizou o procedimento, em descumprimento à Resolução 1.670/2003 do Conselho Regional de Medicina (CRM), o qual estabelece que a administração de anestesia deve ser obrigatoriamente realizada por um segundo médico”, detalhou a Polícia Civil.

“Após a finalização do procedimento, foi constatado que a paciente apresentava piora no quadro respiratório e cardíaco. Mesmo com a aplicação dos ‘antídotos’ da sedação, a paciente entrou em parada cardiorrespiratória. O médico tentou realizar pelo menos 12 manobras de ressuscitação antes de acionar apoio dos socorristas da UPA de Matozinhos”, completou.


O laudo apontou que Jéssica Marques Vieira, então com 32 anos, morreu em função de um edema pulmonar. “A conclusão foi de que uma associação de fatores, incluindo a hipóxia prolongada e efeitos adversos das medicações aplicadas poderiam ter causado o edema e, consequentemente, a morte da paciente”, detalhou a polícia.

A reportagem procurou a defesa do médico e aguarda retorno. Ele está preso em função de uma investigação sobre abusos sexuais.

O cardiologista foi indiciado, em dezembro do ano passado, por violação sexual mediante fraude contra outras seis pacientes. Os abusos teriam ocorrido durante consultas e exames. De acordo com a Polícia Civil, outra suposta vítima procurou a delegacia nesta quarta-feira (20) para denunciar abusos semelhantes. Uma nova investigação foi instaurada.

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.