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Mulher de 32 anos morre durante procedimento para retirada de DIU em Matozinhos (MG)

Polícia Civil investiga o caso, ocorrido em uma clínica particular; paciente tinha problema cardíaco

Minas Gerais|Gabriele Assis, Túlio Melo e João Gruppi, da Record TV Minas

Jéssica Marques deixou um filho
Jéssica Marques deixou um filho

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de uma mulher de 32 anos durante um procedimento para a retirada de DIU (dispositivo intrauterino) em uma clínica particular de Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O caso aconteceu no sábado (4), mas a família de Jéssica Marques Vieira registrou o boletim de ocorrência nesta quarta-feira (8).

Segundo o documento, o atendimento começou às 7 horas, mas até as 9h30 os familiares não tiveram informações da paciente. Ao serem questionadas, auxiliares médicas somente disseram à família que a situação dela não estava boa.

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O boletim narra que, em seguida, funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Matozinhos chegaram à clínica com um desfibrilador. Em seguida, Jéssica foi transferida para a UPA.


A família disse aos militares que a paciente foi colocada na ambulância com os lábios roxos e a pele pálida. Os parentes afirmaram que, nesse momento, o médico responsável pelo procedimento negou a morte de Jéssica. Lino Antônio Vieira, pai da mulher, ainda declarou que só soube do óbito quando o rabecão chegou à UPA, por volta das 14 horas.

Em entrevista à reportagem, Vieira contou que a filha tinha sopro cardíaco. O médico responsável pelo procedimento é o mesmo cardiologista que a acompanhava. Segundo o pai, o especialista havia indicado à paciente o uso de DIU para reduzir o consumo de medicamentos anticoncepcionais. Ainda de acordo com Lino Vieira, após a morte de Jéssica, o médico disse que a paciente passou mal durante a aplicação da anestesia.

O corpo de Jéssica Marques Vieira foi sepultado no domingo (5). Ela deixou um filho.

A Prefeitura de Matozinhos informou que "após os procedimentos de reanimação cardiopulmonar sem sucesso, foi constatado o óbito da paciente. Devido a inespecificidade do caso e desconhecimento dos procedimentos tomados na Clínica Med Center, o médico plantonista solicitou remoção e avaliação do instituto médico Legal".

Sobre a documentação exigida para funcionamento da Clínica Med Center, a Prefeitura informou que "em relação ao alvará sanitário e ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES não há nenhuma irregularidade e que está apta, também, para realizar exames cardiológicos, com estrutura necessária para os primeiros socorros". No entanto, a administração municipal informou que "não há permissão para a unidade operar procedimento ginecológico". 

Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais disse que "apura todas as denúncias recebidas, formais ou de ofício, por meio da abertura de procedimento administrativo para apuração dos fatos" e que "médicos registrados nos CRMs estão autorizados a realizar os procedimentos que entenderem necessários aos pacientes, mas não podem anunciar-se como especialistas caso não tenham a especialidade registrada no CRM de sua jurisdição, ficando sujeito às penalidades aplicáveis". 

A reportagem também procurou a clínica e o médico e aguarda retorno. 

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