Polícia investiga morte de mulher após procedimentos estéticos em clínica de BH
Norma Fonseca, de 58 anos, passou por cinco procedimentos em fevereiro e morreu no dia 19 de abril após longo período de internação
Minas Gerais|Do R7, com Record Minas
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para investigar a morte de uma mulher após uma série de procedimentos estéticos realizados em uma clínica na zona sul de Belo Horizonte. Norma da Fonseca, de 58 anos, morreu no dia 19 de abril após um longo período de internação.
Segundo a família, Norma passou por cinco procedimentos estéticos ao mesmo tempo, em fevereiro deste ano, e não foi informada do risco de realizar os procedimentos de uma só vez. Após receber alta, a servidora não se sentiu bem e a família a levou para um hospital. A família alega que o médico responsável pela cirurgia, Rodrigo Credídio, não prestou assistência para a vítima. Segundo o TJMG, há três processos abertos contra o profissional por erro médico.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que não há denúncias registradas contra a Clínica Credidio, e que o local está em processo de renovação de Alvará Sanitário, o que não impede o funcionamento do local. No entanto, segundo a prefeitura, foram encontradas irregularidades no processo de esterilização e o estabelecimento foi multado em quase R$10 mil.
Já sobre o LG Hospital Dia, local onde as cirurgias foram realizadas, a prefeitura informou que o estabelecimento também está em processo de renovação de Alvará Sanitário e que uma equipe da Vigilância Sanitária realizou vistoria na clínica, após o registro de uma denúncia nos canais oficiais do município. Durante a vistoria, foram identificadas algumas irregularidades que não impedem o funcionamento do local, o que resultou em multas que somam quase R$ 17 mil.
A reportagem entrou em contato com o cirurgião. Confira a nota na íntegra:
“Primeiramente, quero manifestar meus pêsames pelo falecimento da paciente Sra. Norma Eduarda da Fonseca e minha solidariedade aos seus familiares e amigos.
Em razão do Código de Ética Médica, que estabelece a obrigação de preservar o sigilo de prontuário da paciente, não posso entrar em detalhes sobre o caso clínico. No entanto, esclareço que as razões que a levaram a um grave quadro de infecção e, consequentemente, a óbito não têm relação com o procedimento realizado há mais de 60 dias, que ocorreu sem nenhum tipo de intercorrência.
Ressalto que acompanhei pessoalmente a paciente em sua entrada no hospital, em razão de ter contraído uma virose. Nessa ocasião, conforme comprovado mediante exames de sangue, não constava nenhum sinal da presença de bactéria multirresistente. A confirmação só ocorreu, nessa mesma unidade de saúde, um mês após a realização do procedimento conduzido por mim, o que confirma a impossibilidade de ligação entre os eventos.
Informo que a Vigilância Sanitária promoveu diversas visitas nos últimos dias ao Hospital em que a paciente foi operada e em minha clínica, não sendo encontrado nenhum indício de descumprimento das normas sanitárias vigentes. Tal fato reforça meu compromisso com a segurança de todos os pacientes por mim atendidos.
Reitero que não existe nenhum exame ou indício que aponte para má conduta relacionada ao procedimento, sendo que toda a documentação se encontra disponível para acesso de familiares e autoridades competentes.
Estou à disposição para esclarecimento de eventuais dúvidas“