Polícia prende delegada que se trancou em apartamento em BH por tentativa de homicídio
Medida sugere internação em clínica psiquiátrica e que delegada seja suspensa da função de policial
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
![Delegada foi presa por tentativa de homicídio](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/H7QLT7P255LH3L5LIJTI35HDGE.jpg?auth=929cb4d5101a32671738bd2c63bb8a31868371ed4947d623398792d26977c8e0&width=1500&height=844)
A Polícia Civil ratificou, nesta quinta-feira (23), a prisão em flagrante, por tentativa de homicídio, da delegada Monah Zein. A agente está internada após ter se trancado por quase 30 horas em um apartamento no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
A instituição pediu também que a delegada seja internada em um hospital psiquiátrico e suspensa da função de policial. No momento, ela está internada sob escolta policial em um hospital particular. A Justiça vai analisar os pedidos na manhã desta sexta-feira (24).
A prisão foi motivada pelos disparos que Monah teria feito contra policiais que foram ao prédio dela, nesta quarta-feira (22), para convencê-la a deixar o imóvel.
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A Polícia Civil alega que enviou equipes ao local após a delegada publicar em um grupo de colegas de trabalho um aviso que não iria retornar à atividade depois das férias. A instituição ainda relata que o texto teria sugerido que Monah iria tirar a própria vida, o que levou os policiais a irem até o apartamento.
Os policiais relataram em boletim de ocorrência que Monah Zein estava muito nervosa, ameaçando os policiais com uma arma. Neste momento, um dos policiais tentou acertar a delegada com uma arma de choque, que falhou. Em seguida, ela teria feito os disparos contra eles. Ninguém foi atingido.
Questionamentos
O advogado Bruno Correia, representante de Monah, questionou a atuação da Polícia Civil. "O disparo dela foi amparado unicamente em legítima defesa. Foi uma ação dela a uma agressão injusta por parte da Polícia Civil", criticou.
Segundo Bruno, Monah não tinha intenção de tirar a própria vida. A delegada, segundo ele, relatou a situação em uma transmissão por rede social. "Precisamos entender a razão que a equipe mais especializada da Polícia Civil de Mina Gerais esteve lá com aparato de guerra", completou.
O delegado Saulo Castro, porta-voz da Polícia Civil, voltou a defender que as equipes foram deslocadas com o objetivo de evitar que Monah tentasse contra a própria vida. "A presença de diversos policiais se justificava tendo em vista a gravidade dos fatos", declarou.
Segundo o representante da instituição, Monah estava com duas armas. “Uma da corporação que já tinha um mandado para devolver à Polícia Civil em função da licença médica, o que não aconteceu. E a outra que, segundo pesquisa, não tem registro”, detalhou.
Entenda o caso
A delegada Monah Zein, que estava afastada das funções e havia tirado férias, deveria ter retornando ao trabalho na terça-feira (21), mas se trancou no apartamento em que mora, no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
A Polícia Civil alega que enviou equipes para o local após a delegada avisar em um grupo de trabalho que não iria retornas às atividades. A instituição afirma que o texto sugeria um pensamento de autoextermínio.
Com a chegada dos policiais no local, Monah fez transmissões em uma rede social afirmando que queria garantir a segurança dela. A agente denunciou que passou a ser perseguida após denunciar ter sido vítima de assédio moral dentro da instituição.
Questionado sobre as denúncias, o delegado Saulo Castro informou que todos os relatos vão ser investigados. O agente ainda destacou que Monah responde a procedimentos administrativos na Corregedoria. "Existem pelo menos quase uma dezena de procedimentos em que colega figura como envolvida. Por questões de ética, não vamos falar qual a situação dela nestes procedimentos", concluiu.
Veja o momento em que a delegada Monah saiu do apartamento sedada: