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Preconceito cultural leva à morte de mulheres, alerta delegada

Em entrevista à Live Record TV Minas, Ingrid Estevam chama atenção para sinais de relacionamentos conturbados

Minas Gerais|Giovana Maldini*, do R7

Delegada alerta para os sinais de feminicídio
Delegada alerta para os sinais de feminicídio Delegada alerta para os sinais de feminicídio

A delegada chefe do Núcleo de Feminicídio da Polícia Civil de Minas Gerais, Ingrid Estevam, chama a atenção para as causas que levam à morte violenta de mulheres no Brasil. Para ela, o feminicídio acontece em decorrência da mentalidade machista que está enraizada na sociedade.

— O nosso objetivo é tentar mudar os paradigmas, tentar fazer com que a sociedade enxergue que as mulheres são mortas, hoje em dia, justamente por conta de um “pacote” de discriminação, de raiva, de injustiça, de achar que a mulher é submissa ao homem. É um “pacote” cultural que faz com que mulheres sejam mortas.

Ingrid Estevam também alerta para os sinais que podem surgir durante o relacionamento, entre eles, a violência, que começa nos pequenos detalhes como uma ameaça, proibir ir a determinados lugares e tentar enquadrar a mulher em um conjunto de ações que o parceiro acredita que ela deve seguir. Esses indícios são visíveis praticamente em todos os casos, segundo a delegada.

— Em uma situação de término, por exemplo, se a mulher perceber que aquela pessoa não aceita o fim do relacionamento, ela precisa acender um alerta na cabeça dela. E se persistir de não aceitar o término, de ameaçar familiares e a própria vida dela, de começar a perseguir, de mandar mensagens e não dar sossego para aquela mulher, já é um sinal bem claro de que é provável que aquela pessoa venha cometer um feminicídio. 

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Caso a mulher perceba os sinais, ela pode ligar para o Canal de Atendimento à Mulher, no número 180, para denunciar o caso, e fazer o boletim de ocorrência em uma delegacia. A delegada ainda ressalta a importância da medida protetiva, que, segundo ela, não está presente em mais de 90% dos casos de feminicídio.

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Investigações de feminicídios 

No decorrer das investigações, Ingrid Estevam aponta que é preciso olhar para o caso com uma perspectiva de gênero e se livrar de julgamentos anteriores. A delegada conta que percebe uma evolução da mentalidade na Polícia Civil quando acontece um caso de morte violenta de mulher.

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— A partir do momento que alguém investiga com a perspectiva de gênero, não tem julgamentos passados, não vai tratar a vítima como a culpada de ter acontecido aquela situação. Eu vejo um empenho enorme dos servidores no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) quando acontece o feminicídio. Isso é muito bom, porque eu vejo a mudança na prática, eu vejo a diferença de antes e depois e a evolução que vem acontecendo ao longo dos anos.

Live Record TV Minas

Ingrid Estevam, que sempre sonhou em ser policial, também falou sobre a trajetória da corporação e casos de repercussão em Minas Gerais em entrevista à Live RecordTV Minas desta quinta-feira (21).

As trasmissões acontecem toda semana no canal da emissora no YouTube. O programa traz entrevistas com nome relevantes do Estado. Na última edição, o procurador da República, Carlos Bruno Ferreira, falou sobre os processos relacionados aos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho.

Confira a íntegra da entrevista com a delegada Ingrid Estevam:

*Estagiária doR7, sob supervisão de Pablo Nascimento

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