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Prefeitura de BH quer manter home office pós-covid para cortar aluguel

Apenas com a devolução do edifício Del Rey, na região Centro-Sul da cidade, equipe econômica planeja deixar de gastar R$ 700 mil por mês

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Aluguel do edifício Del Rey custa R$ 700 mil por mês
Aluguel do edifício Del Rey custa R$ 700 mil por mês

Parte dos servidores da Prefeitura de Belo Horizonte pode não voltar a trabalhar presencialmente após o fim da pandemia de covid-19. Isto porque a equipe de Alexandre Kalil (PSD) planeja manter o home office nos setores que não dependem de trabalho interno.

André Reis, secretário de Planejamento e Gestão, pediu aos líderes das outras pastas para listar os funcionários que têm condições de realizar suas atividades sem sair de casa. A viabilidade da mudança vai ser analisada em um estudo que deve ficar pronto até o mês de dezembro.

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Reis explicou ao R7 que o objetivo da iniciativa é reduzir custos operacionais, otimizar o fluxo de trabalho e garantir mais qualidade de vida aos servidores que não vão precisar se locomover.


— Hoje tem espaço físico para todo mundo, mas a meta é voltar com o mínimo possível de pessoas, sem perder a produtividade. Como ainda não sabemos quando será possível voltar, este período vai servir para os secretários compreenderem a melhor forma de atuação em cada setor.

O representante da Prefeitura de BH ainda não tem uma estimativa de quantos servidores serão impactados, mas cita como exemplo "áreas consultivas e de modelagem de processos". Segundo ele, "trabalhar fisicamente não muda absolutamente nada" nestes departamentos. 


Redução de gastos

Com a redução no número de trabalhadores nas dependências da prefeitura, a secretaria que cuida dos gastos do município espera concentrar nos mesmos prédios os servidores que vão precisar cumprir jornada presencial e, assim, economizar. O estudo realizado pela equipe ainda vai indicar quanto os cofres públicos devem deixar de gastar.


Uma das metas já definidas é conseguir entregar, em até dois anos, o edifício Del Rey, na região Centro-Sul da cidade, onde funcionam as secretarias de Planejamento, de Desenvolvimento Econômico, de Cultura e a coordenadoria da regional. Os espaço que abriga aproximadamente 1.000 servidores tem um custo mensal de R$ 700 mil, apenas com aluguel.

Segundo o secretário André Reis, outros gastos podem ser impactados. Como exemplo, ele cita que nos meses de abril e maio, quando a prefeitura já havia entrado em esquema de home office com 58% dos servidores para conter a covid-19, o consumo de água no Del Rey reduziu 73%.

— Esses servidores podem ser realocados em prédios próprios da prefeitura, inclusive no BH Resolve que passou a oferecer mais serviços digitais e, com isso, vai ter mais espaço disponível. Mas também podemos entregar qualquer outro prédio.

No entanto, para seguir a tendência de empresas da iniciativa privada que avaliam manter os funcionários em casa, a prefeitura vai ter desafios, como mapear servidores que não têm equipamentos para trabalho remoto, garantindo os aparelhos a eles, e identificar os melhores programas para interligar o serviço online. 

Embora esteja correndo contra o tempo em meio a uma pandemia que já matou mais de 500 pessoas em Minas Gerais, Reis avalia que a mudança abrupta na rotina causada pelo isolamento social acelerou uma transformação cultural em todo mercado de trabalho.

— Dentro de toda realidade da pandemia, esta foi a única situação positiva. A gente demoraria décadas para dar os passos que vamos dar em breve. Em dezembro, por exemplo, já vamos ter um parâmetro sobre estes novos processos, o que demoraria anos para ficar pronto.

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