Os dois únicos tomógrafos disponíveis no Hospital João 23, maior unidade de saúde de Minas Gerais, estão estragados. Com isso, em plena pandemia os pacientes têm sido levados para fazer exames em laboratórios particulares e, dessa forma, acabam mais expostos a uma possível contaminação pelo novo coronavírus. O equipamento é utilizado na geração de imagens de alta qualidade e ajudar no diagnóstico de doenças e alterações no organismo. Os tomógrafos são de extrema importância para a unidade, que é referência no atendimento a vítimas de traumatismos, queimaduras, intoxicações e complicações cirúrgicas. Segundo o presidente da Asthemg (Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais no Estado de Minas Gerais), Carlos Martins, a ausência dos tomógrafos deixa o atendimento comprometido. — O médico consegue um diagnóstico preciso através dos tomógrafos. O tratamento de pacientes com traumas físicos ou neurológicos só é definido após a tomografia computadorizada.Veja: Ala do principal hospital de MG é interditada após surto de covid-19 Comprometimento Para suprir a demanda de tomografias, cerca de 50 por dia, o hospital tem levado os pacientes para clínicas particulares da região. Segundo Carlos Martins, presidente da Asthemg, esse processo gera atrasos nos diagnósticos e pode expor os pacientes ao coronavírus. — Esses laboratórios não suportam a demanda do João 23, e os pacientes vão acumulando aqui no Hospital. Além disso, os pacientes correm risco de contrair a covid-19 na ambulância, na clínica ou até na maca. Em nota, a Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais) confirmou que aguarda o reparo dos dois equipamentos, sendo que o primeiro parou de funcionar no dia 16 de julho, e o segundo, na semana passada. Segundo a Fundação, o Hospital João 23 tem contratos de manutenção ativos, mas os fornecedores têm atrasado a entrega das peças.*Estagiário do R7 sob a supervisão de Lucas Pavanelli.