Professores da UFMG recorrem contra processo e pedem punição a alunos que deram trote racista
Grupo quer que punições sejam definidas pelo Conselho Universitário
Minas Gerais|Do R7 MG
Professores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) entraram com recurso contra a decisão da Faculdade de Direito em abrir processo administrativo contra 198 estudantes suspeitos de participar de um trote com conotações racistas e nazistas neste ano. Eles acreditam que a punição foi branda para os envolvidos em atos preconceituosos, enquanto alunos que sofreram o trote passaram a ser investigados.
O grupo, integrado pelos professores Leonardo Castriota, (Arquitetura), Regina Helena Alves, (História), Cláudia Mayorga (Psicologia) e Marlise Matos (Ciência Política) acusa a comissão de inoperância por não ter definido punições de acordo com a participação dos estudantes, sendo que a maioria dos 198 que respondem aos processos não participaram de atos racistas.
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Segundo Marlise Matos, a expectativa é que a portaria seja anulada e o caso seja definido pelo Conselho Universitário.
— A decisão foi completamente descabida. Como pessoas que trabalham com o direito não consideraram os crimes comprovados? Apologia ao nazismo é crime no Brasil. Um dos ouvidos confirmou ter relações com grupos neonazistas, isso está registrado e foi desconsiderado.
O recurso foi apresentado nesta segunda-feira (15), prazo limite para recursos contra a decisão da comissão instalada pela diretoria da faculdade.
De acordo com a portaria, 67 estudantes do segundo período de Direito vão ser processados por terem aplicado o trote, 99 do primeiro período são investigados por terem participado do trote e 32 membros da Diretoria do Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP) serão processados por terem distribuído ou vendido bebidas alcoólicas.
Na decisão, não há menção a atos racistas ou nazistas, conduta que, segundo o vice-diretor da Faculdade de Direito, Fernando Gonzaga Jayme, ainda será apurada.
A UFMG informou que recebeu o recurso e que irá analisá-lo.