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Sem doses, mães não conseguem vacinar filhos contra gripe em BH

Prefeitura priorizou vacinação de trabalhadores da saúde em detrimento das crianças e aguarda chegada de novas doses

Minas Gerais|Gisele Ramos, da RecordTV Minas

Na semana em que começou a Campanha Nacional de Imunização contra a Gripe, em Belo Horizonte, muitas mães estão indo aos postos de saúde para vacinar seus filhos e estão voltando para casa sem conseguir imunizar as crianças.

Ao contrário de outras cidades da região metropolitana, nesta primeira etapa, a capital mineira tem priorizado a vacinação de profissionais de saúde em vez de crianças. A própria secretaria municipal de saúde confirma que não há doses para todo mundo. 

Uma das mães que passou pela situação é Deborah Ribeiro, que tem dois filhos e está grávida do terceiro. Ela já estava se preparando pra ir ao posto de saúde tomar a vacina contra a gripe junto com o Enzo, de 4 anos, porque os dois pertencem ao grupo prioritário desta primeira etapa. Mas foi pega de surpresa.

— Eu sei que a vacina da gripe nao protege da covid, mas diminui o risco de ter uma pneumonia e precisar de uma internação. A ideia era ir só uma vez ao posto, mas terei que tomar vacina agora e, depois, levar ele quando a vacina for ampliada até os 6 anos.


Campanha de vacinação começou nesta semana
Campanha de vacinação começou nesta semana

O mesmo aconteceu com a jornalista Raquel Santiago, que só ficou sabendo da falta de doses quando chegou ao posto de saúde com as duas filhas, de 2 e 4 anos de idade. Ela teve que voltar pra casa sem a imunizar as crianças.

— A pandemia tem nos deixado bem alerta e o fato de ter levado minhas filhas em um posto de saúde, lugar frequentado por muitas pessoas e a gente não sabe se vai ter contato ou não com o vírus, eu fiquei bem preocupada e foi bem angustiante de chegar lá e não ter conseguido vaciná-la. 


Raquel, Deborah e outras tantas mães de crianças que vivem em Belo Horizonte ficaram na mão porque a Campanha de Vacinação contra a Gripe na capital não está seguindo a faixa-etária recomendada pelo Ministério da Saúde.

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De acordo com o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta, o município não têm doses suficientes para vacinar todo o público alvo, nesta primeira fase.


— Estamso seguindo, mas de maneira escalonada porque o número de doses não é suficiente para pegar a prioridade e fazer com que todos possam ir ao centro de saúde nesta primera semana.

Enquanto outras cidades da região metropolitana de Belo Horizonte, como Contagem e Betim, seguem o plano estabelecido pelo Ministério da Saúde, a capital mineira decidiu priorizar os profissionais de saúde e deixar as crianças para a próxima etapa. 

— Direcionamos para os trabalhadores da saúde dos hospitais e centros de saúde, na mesma lógica que esses equipamentos de saúde fazem o trabalho de frente para atendimento à população, seja covid ou outras síndromes respiratórias agudas graves. 

A estimativa da Prefeitura de Belo Horizonte é que sejam imunizados, neste primeiro momento, cerca de 3 mil crianças entre seis meses e 1 ano incompletos, 22 mil gestantes, três mil puérperas e cerca de 105 mil trabalhadores da saúde, que atuam em hospitais, no Samu, centros de saúde e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) na capital. À medida que novas doses forem recebidas, o município irá ampliar os grupos a serem vacinados.

— O produtos da vacina contra a Influenza é o Instituto Butantan, que está produzindo vacina contra a covid-19. Acredito que pode ter havido uma certa interferência no sentido da produção mais intensa da vacina da Influenza, o que acho perfeitamente compreensível. 

Como ainda não há previsão de chegada de novas doses, algumas mães já pensam, mesmo com dificuldades financeiras, em pagar para imunizar os filhos, como é o caso de Raquel Santiago.

— Eu estou desempregado, então queria que estivesse à disposição do SUS para as minhas filhas. Mas se eu ver que não vai ter, eu e meu marido vamos ter que tomar uma decisão e até pagar para vacinar. 

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