'Sonhava com a viagem', diz tia de menino morto ao cair de toboágua
Família do garoto de 8 anos afirma que brinquedo em reforma estava interditado com fita zebrada, mas parque diz que havia tapumes
Minas Gerais|Dara Russo*, do R7, com Regiane Moreira, da Record TV Minas
A tia do menino de 8 anos que morreu após cair de um toboágua em Caldas Novas, no sul de Goiás, na tarde deste domingo (13), conta que o garoto sonhava com a viagem.
Juliana Miranda disse à reportagem que seu sobrinho Davi Lucas de Miranda estava muito ansioso pela visita anual da família ao parque aquático diRoma Acqua Park. “Ele foi daqui sonhando; fazia alguns meses que estava planejando essa viagem. É o único lugar em que ele queria estar neste ano”, relembra.
Juliana reforça que o sobrinho tinha o hábito de frequentar o parque e familiaridade com o brinquedo conhecido como Vulcão. A família havia acabado de chegar ao local quando a tragédia aconteceu. “Os pais dele, que abrem mão de tudo para o filho, foram passear numa diversão e voltaram com seu filho no caixão”, lamenta.
A tia de Davi ainda criticou a segurança do local. A mulher afirma que o brinquedo em manutenção estava interditado com uma faixa zebrada, mas a direção do parque afirma que havia tapumes.
“Como um parque faz uma manutenção em uma grande área e nem sequer garante a segurança de quem tá ali dentro? Hoje é a minha família que está sofrendo, mas poderia ter sido qualquer outra. Se não mudar, se não tiver uma gestão de risco em cada manutenção que for dada, vão morrer outras crianças”, lamenta a tia.
Em nota, o grupo diRoma informou que a área onde ocorreu o acidente estava sinalizada, além de contar com tapumes. Ainda de acordo com a empresa, o complexo é vistoriado com rigor pelo Corpo de Bombeiros e possui todos os alvarás e as licenças emitidos pelas autoridades competentes. A companhia também afirma que a obra realizada no local é para melhorias.
O sepultamento de Davi Lucas de Miranda aconteceu na tarde desta segunda-feira (14), em um cemitério de Conselheiro Lafaiete, a 99 km de Belo Horizonte, onde a família morava. “Ele só queria brincar e, se tivesse alguém ali que falasse 'não pode subir', essa dor toda seria evitada. É uma vida por um detalhe”, lamenta Juliana.
*Estagiária, sob supervisão de Pablo Nascimento