Sul de Minas vive pior momento da pandemia, diz secretário de saúde
Região tem medidas de restrição e vive maior incidência de novos casos desde o ano passado; MG transferiu 51 pacientes em 7 dias
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
A região Sul de Minas Gerais é a que mais preocupa as autoridades sanitárias do governo estadual com relação aos novos casos de covid-19. De acordo com o secretário Fábio Baccheretti, os municípios que compõem a região vivem o pior momento da pandemia desde março do ano passado.
De acordo com Baccheretti, os municípios, de forma geral, têm adotado medidas de restrição na circulação de pessoas e a Polícia Militar aumentou a fiscalização para evitar aglomerações.
— Temos o maior número de casos novos já visto na região. Esses casos vão se tornar pacientes e, daqui a algumas semanas, estarão em terapia intensiva. Por isso, a transferência de pacientes e o aumento das medidas restritivas são necessárias.
Na última semana, a região foi incluída em uma nova classificação da Onda Vermelha, do programa Minas Consciente. Com isso, municípios que fazem parte do programa não poderão autorizar a abertura de estabelecimentos como salões de beleza, clubes e academias de ginástica, além de atividades culturais e eventos. Bares e resturantes só poderão funcionar para consumo no local até às 19 horas.
No entanto, mesmo com a gravidade da situação na região, o Estado ainda não cogita incluir a região Sul na Onda Roxa - a fase mais restritiva, que proíbe o funcionamento de estabelecimentos considerados não-essenciais.
— A Onda Roxa existe e é uma possibilidade. Como, neste momento, o Estado vive um momento bastante heterogêneo da pandemia e há outras regiões para receber pacientes, nao é preciso estabelecer (a Onda Roxa). Mas isso depende do comportamento da população.
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Transferência de pacientes
Na última semana, entre os dias 31 de maio e 6 de junho, o Governo de Minas coordenou a transferência de 51 pacientes entre regiões diferentes do Estado. Esse tipo de medida se dá devido à falta de leitos, principalmente de terapia intensiva, nessas regiões, como o Sul de Minas.
Conforme o Painel de Monitoramento do governo estadual, de forma global, a região tem taxa de ocupação de 93% dos leitos de UTI. Em algumas microrregiões, como Alfenas, São Sebastião do Paraíso, Três Corações e Três Pontas, essa taxa já atingiu os 100%.
De acordo com o secretário de saúde Fábio Baccheretti, cinco regiões do Estado, classificados na região vermelha, enfrentam um cenário desfavorável, epidemiológico e assistencial: Centro-Sul, Leste do Sul, Oeste, Sul e Triângulo do Sul. A força-tarefa da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) visitou 54 estabelecimentos de saúde em 21 municípios para verificar as condições de atendimento em cada um deles.
— As regiões Sul e Triângulo do Sul receberam a visita da força-tarefa, responsável por analisar os fluxos assistenciais, discutir com os municípios, buscar transferências e equalizar a demanda e aoferta de leitos em cada um.