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Vale e MG selam acordo de R$ 37 bi por tragédia em Brumadinho

Estado e mineradora tentavam, desde o ano passado, definição do valor da reparação pelo rompimento que matou 270 pessoas

Minas Gerais|Regiane Moreira, da Record TV Minas

Movimento Atingidos por Barragens afirma que vai recorrer ao STF contra acordo em Minas
Movimento Atingidos por Barragens afirma que vai recorrer ao STF contra acordo em Minas

A mineradora Vale e o Governo de Minas assinaram, na manhã desta quinta-feira (4), um acordo de R$ 37,68 bilhões pelas perdas sociais e econômicas geradas pela tragédia do rompimento da barragem, em Brumadinho, em janeiro de 2019. A reunião, com mediação do presidente do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), Gilson Soares Lemes, ocorreu na sede do tribunal em Belo Horizonte.

A tentativa de acordo começou, desde o ano passado, com a rejeição por parte do governo de duas propostas. O Estado pedia R$ 54 bilhões e a mineradora ofereceu, R$ 16,5 bilhões e depois R$ 29 bilhões, em dois encontros com mediação do TJMG.

Na reunião de hoje, também estavam presentes o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), o presidente da ALMG, Agostinho Patrus, e membros do Ministério Público. Zema chamou a atenção pelo ineditismo do valor assinado.

— Tivemos uma participação como poucas vezes se viu. Já tivemos, segundo a defensoria, 11.800 atendimentos às pessoas que foram atingidas, mais de 8.000 acordos individuais. Muita coisa já foi feita e continua sendo feita além desse acordo, temos que deixar isso claro. Outro ponto, é o valor. Nunca no Brasil se fez um acordo dessa magnitude.


O desembargador Gilson Lemes, disse que a resolução rápida do acordo, foi o principal objetivo da participação do Judiciário no processo.

— A Justiça busca sempre a conciliação dos conflitos de forma mais rápida. O Poder Judiciário busca dar soluções rápidas. Esse acidente, talvez, tenha sido a maior tragédia que ocorreu no meio ambiente em todo o País. Estamos dando uma resposta em tempo razoável à sociedade.


Protesto

O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem), enquanto acontecia a reunião, fez um protesto criticando os moldes do acordo e a ausência da participação das vítimas da tragédia. Ônibus com manifestantes começaram a chegar, enquanto o encontro acontecia no tribunal.

Segundo o movimento, o acordo seria uma "primeira parcela dos direitos" já que eles ainda reivindicam a continuidade do pagamento do auxílio mensal, que deverá ser suspenso no fim deste mês de fevereiro.

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