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Vale indeniza 50 famílias cinco meses após tragédia de Brumadinho

Vítimas fecharam acordo extrajudicial da Defensoria Pública para receber valores e não esperar por processo que pode se arrastar por anos

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Tragédia deixou 270 mortos e desaparecidos
Tragédia deixou 270 mortos e desaparecidos

Cinco meses após a barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, estourar e varrer parte da cidade, a mineradora indenizou 50 famílias que foram afetadas pela tragédia. As vítimas fecharam um acordo extrajudicial articulado pela Defensoria Pública de Minas Gerais para evitar um processo judicial que pode se arrastar por anos.

Embora os valores repassados a cada família não possam ser divulgados por questões de segurança, o defensor público Antônio Lopes de Carvalho Filho garante que a quantia é "consideravelmente alta".

— As indenizações são muito boas. Nos casos de perda de imóvel, por exemplo, a pessoa sai com o suficiente para comprar moradias excelentes.

Além dos valores destinados a pessoas diretamente impactadas, a mineradora está pagando até um salário mínimo para todos os moradores de Brumadinho e cidades que ficam a 1 km de distância da calha do rio Paraopeba, atingido pela lama.


Ao todo, 92.500 pessoas estão recebendo repasses nas cidades de Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Juatuba, Igarapé, Florestal, Esmeraldas, Pará de Minas, São José da Varginha, Maravilhas, Fortuna de Minas, Pequi, Paraopeba, Curvelo, Pompéu e Papagaios. Os pagamentos serão feitos durante um ano seguindo os seguintes critérios:

• Um salário mínimo mensal para cada adulto


• Meio salário mínimo mensal para cada adolescente

• Um quarto de salário mínimo para cada criança


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A agente funerária Maria Emília Maia, de 37 anos, é uma das contempladas. A mulher conta que recebeu os pagamentos retroativos desde o mês de janeiro.

— Eu recebi todos os valores e agora estou com ele guardado analisando o que vou fazer com o dinheiro.

De acordo com a Defensoria Pública, cerca de outros 70 pedidos de acordo estão sendo preparados. A maior parte deles é referente a casos de vítimas que perderam imóveis ou ficaram sem renda. Os processos referentes aos trabalhadores que morreram na tragédia estão em negociação entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho.

Ação conjunta

Algumas vítimas optaram por não fechar o acordo proposto para aguardar uma ação conjunta do Ministério Público que também vai lutar pela indenização. Maria Emília conta que alguns moradores consideraram baixo o valor pago pela mineradora. Contudo, o defensor público Antônio de Carvalho afirma que nenhuma família será “injustiçada”.

— Se a ação do MP conseguir uma indenização maior, quem recebeu agora vai ganhar a diferença no futuro. Os termos do acordo feito por nós garantem isso.

O rompimento da barragem deixou 270 mortos e desaparecidos. Vinte quatro pessoas ainda não foram encontradas. No dia quatro de junho, o Corpo de Bombeiros localizou um corpo inteiro em meio à lama. Segundo a corporação, não há prazo para o fim das buscas.

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