Veja quem são os funcionários da Vale presos em investigação
Operação realizada pelo MP em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro prendeu oito pessoas nesta sexta-feira (15)
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Oito funcionários da mineradora Vale foram presos, na manhã desta sexta-feira (15), durante investigação sobre o rompimento da barragem de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Sete prisões aconteceram na capital mineira e uma em Itabira, a 111 quilômetros de BH. A operação também conta com ações no Rio de Janeiro e São Paulo. Quatorze mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos três Estados.
Defesa Civil confirma 166 mortes em rompimento de barragem da Vale
Veja quem são os presos:
• Joaquim Pedro de Toledo – Gerente-executivo de geotecnia operacional
Ele era responsável por gerenciar a equipe que faz o monitoramento e manutenção da barragem rompida. Segundo o MP, “qualquer anomalia era a ele comunicada por seus subordinados”.
• Renzo Albieri Guimarães Carvalho – integra a gerência de geotecnia
Responsável pelo monitoramento e manutenção da barragem rompida.
• Cristina Heloiza da Silva Malheiros – integra a gerência de geotecnia
Responsável pelo monitoramento in loco e manutenção da barragem. Segundo a Justiça, ela foi “amplamente referenciada pela gestão da barragem I” nos depoimentos dos primeiros funcionários presos.
• Artur Bastos Ribeiro – membro da gerência de geotecnia
Responsável pelo monitoramento e manutenção da barragem. Ele teria participado ativamente da conversa entre funcionários da Vale e da Tüv Süd nos dias 23 e 24 de janeiro deste ano, às vésperas do rompimento.
• Alexandre de Paula Campanha – Gerente-executivo de geotecnia corporativa
Responsável por canalizar informações sobre questões de geotecnia, dentre elas a estabilidade de barragens. Segundo a Justiça, Campanha era responsável pela “regularidade formal das estruturas a partir do controle de revisões periódicas e auditorias técnicas”.
• Marilene Christina Oliveira Lopes – membro do setor de gestão de riscos geométricos
Participava do gerenciamento de dados corporativos que avaliam a qualidade das estruturas. Integrava o setor que colocou a barragem I na “zona de alerta”.
• Hélio Márcios Lopes da Cerqueira - membro do setor de gestão de riscos geométricos
Participava do gerenciamento de dados corporativos que avaliam a qualidade das estruturas. Integrava o setor que colocou a barragem I na “zona de alerta”.
• Felipe Figueiredo Rocha - membro do setor de gestão de riscos geométricos
Participava do gerenciamento de dados corporativos que avaliam a qualidade das estruturas. Integrava o setor que colocou a barragem I na “zona de alerta”.
Operação
Entre os detidos, está o gerente-executivo de geotecnia corporativa da Vale, Alexandre de Paula Campanha. Segundo o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), o engenheiro Makoto Namba, da empresa alemã Tüv Süd, disse em depoimento que se sentiu pressionado por Campanha a assinar o laudo que atestou a segurança da barragem.
Leia também
Os oito presos foram levados para o Dema (Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente), na região Centro-sul de Belo Horizonte, onde devem ser ouvidos por membros do Ministério Público. As prisões são preventivas e têm validade por 30 dias.
A reportagem tenta contato com a defesa de todos os oito detidos. Procurada pelo R7, a Vale informou que está cooperando com as investigações.
Confira a íntegra da nota da Vale:
"A Vale informa que, nesta data, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais deflagrou operação com o objetivo de cumprir novos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária relacionados ao rompimento da barragem da mina do Córrego de Feijão.
A Vale está colaborando plenamente com as autoridades e permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas."