O vereador de Belo Horizonte Wellington Magalhães (DC) confirmou ao jornalismo da Record TV Minas que é dele a voz que aparece em áudios vazados, supostamente fazendo ameaças a outro vereador da cidade e a um promotor do Ministério Público de Minas Gerais. Contudo, o parlamentar nega as acusações de intimidação e afirma que as falas foram, na verdade, um “desabafo”. — Jamais eu ameacei ou vou ameaçar alguém. Nos trechos vazados, são citados os nomes do vereador Mateus Simões (Novo), autor de um dos pedidos de cassação de Magalhães, e do promotor Leonardo Barbabela, que é responsável pelos inquéritos que investigam o ex-presidente da Câmara por corrupção e desvio de dinheiro público. “Com o Mateus foi tudo orquestrado. Agora ele me chama do que ele chamou ali? Por isso um cara chega e morre”, disse na gravação. “Trouxa, babaca do Barbabela, que qualquer dia... Até a OAB tá rindo dele. Na sexta, ele entrou... Então é uma força, o que ele tá fazendo é uma força "psic"...” sic. Wellington Magalhães conta que as falas foram ditas na “Casa da Dinda”, que é uma sala da Câmara Municipal onde políticos lancham e articulam projetos. O parlamentar afirma que não se lembra quem acompanhou a cena, mas garante que entre 15 a 20 vereadores estavam no local. O ex-presidente da Câmara declarou que estava desabafando sobre uma possível perseguição que vem sofrendo. — Tem três anos que vem nesta perseguição. Eu tenho quatro filhos. O meu filho de 10 anos está tomando dois remédios de psiquiatra. Magalhães reconheceu que se excedeu com os comentários e pediu desculpas ao promotor Barbabela. — Eu quero pedir perdão ao Barbabela porque ele está no papel dele, de investigação. Ele está certo. Ele é um pai de família e correto. Perguntado sobre o trecho que se refere ao colega da bancada, Magalhães afirmou que não vai se desculpar com Mateus Simões, já que o vereador do Novo teria o criticado durante reuniões no plenário. — Do modo do Mateus eu não peço desculpa porque o ato dele é um ato político. Ele me expõe lá. Se pegar as imagens é possível ver que ele me chama de bandido todo dia.Arma de fogo Em outro trecho dos áudios vazados, o vereador do DC cita o uso de uma arma de fogo: "Eu to chegando num limite em que eu pegava o revólver, entrava dentro do gabinete e metalhava.". Magalhães declarou que não é verdeiro o possível uso de arma de fogo e disse que se referia ao seu chefe de gabinete. — Eu nem revólver eu tenho. Eu nunca usei um revólver na vida. É uma questão de desabafo. É uma questão muito genérica. Não está relacionada a Mateus ou A, B ou C. Em entrevista ao jornalismo da Record TV, neste sábado (10), Mateus Simões afirmou que não deve deixar a casa dele, onde estava escoltado pela Polícia Militar após a divulgação dos áudios, até segunda-feira (12). — Eu não imaginava que fosse sofrer este tipo de restrição, não poder andar na rua, por conta de um criminoso que convive com a gente na Câmara Municipal. Procurado, o MPMG informou que recebeu a denúncia sobre as supostas ameaças e "já tomou as providências iniciais relacionadas às investigações, bem como adotou as medidas necessárias à segurança dos promotores de Justiça e parlamentares, de modo a impedir qualquer tentativa de interferir ou inibir o regular funcionamento das instituições do Estado".Ouça a gravação: