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Vereador de BH entra com pedido de cassação de Wellington Magalhães

Investigado por desvio de recursos públicos, parlamentar ficou afastado do cargo por um ano mas retomou o mandato depois de autorização do STJ

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7, com Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

Vereador Mateus Simões (Novo) protocolou pedido de cassação nesta sexta (28)
Vereador Mateus Simões (Novo) protocolou pedido de cassação nesta sexta (28)

O vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo) protocolou nesta sexta-feira (28) um novo pedido de cassação de seu colega, Wellington Magalhães (DC). O documento, de 23 páginas de acusação e mais de 100 páginas de documentos lista cinco ocasiões em que o vereador teria violado o decoro parlamentar.

O primeiro deles é que o parlamentar não teria condições de exercer seu mandato por ser monitorado por tornozeleira eletrônica. O segundo é que Magalhães teria descumprido ordem judicial quando a Justiça autorizou uma condução coercitiva e ele não compareceu ao juízo alegando estar fora de Belo Horizonte. No entanto, as investigações mostraram que o parlamentar estava na cidade. 

O terceiro motivo listado por Mateus Simões diz respeito ao uso da estrutura da Câmara para proveito do próprio Wellington. Quando presidente da Casa, ele teria desalojado a Procuradoria para aumentar o espaço interno de seu gabinete. 

A quarta justificativa para a quebra do decoro, segundo a denúncia, diz respeito a ameaças que Wellington Magalhães teria feito ao vereador Gabriel Azevedo (PHS), ao advogado Mariel Marra, autor do primeiro pedido de cassação de mandato, e à ex-chefe da Polícia Civil Andréa Vacchiano. 


Por fim, Simões também acusa Magalhães de tráfico de influência. 

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Relembre o caso


Magalhães retomou o mandato no último dia 17, após passar um ano e duas semanas afastado do cargo. Investigado pela Polícia Civil por desvio de recursos públicos por meio de fraudes em contratos de publicidade da Casa, o vereador recebeu autorização do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para retomar suas atividades há cerca de duas semanas.

Wellington Magalhães foi um dos alvos da Operação Sordidum Publicae e chegou a ficar preso por cinco dias, em abril do ano passado. Em agosto de 2018, ele foi respondeu a um outro pedido de cassação aberto pela Câmara. No entanto, com 21 votos a favor e 15 abstenções, o parlamentar acabou sendo absolvido pelos colegas. O mínimo necessário para cassação do mandato de um vereador é 28 votos.


Processo

Segundo a Câmara, depois de protocolado, o pedido é analisado pela Procuradoria da Câmara que verifica se ele é válido ou não. Em seguida, o texto é lido em plenário e os vereadores votam pela criação de uma comissão processante para investigar o vereador ou se arquivam o pedido.

Caso o processo vá adiante, três vereadores serão nomeados para constituir a comissão processante e o processo segue ouvindo testemunhas e a defesa do vereador acusado. Ao final do processo, o relatório pedindo a cassação ou arquivamento do caso é votado em plenário.

Afastamento

Nesta quinta-feira (27), a Câmara de Belo Horizonte foi notificada pelo Ministério Público, que pediu à Casa para adotar medidas cabíveis para afastar, novamente, o vereador Wellington Magalhães. A assessoria de imprensa da Casa confirmou que o ofício chegou à Procuradoria e que foi remetido ao Tribunal de Justiça, já que o processo segue em sigilo. O MPMG não quis se manifestar sobre o assunto.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Wellington Magalhães, que não apresentou posicionamento sobre o caso.

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