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Vereador de BH mandou matar político do interior, conclui polícia

Investigadores acreditam que disputa sindical teria motivado o crime; inquérito indica que a vítima fazia denúncias frequentes contra o parlamentar

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Vereador foi preso durante operação
Vereador foi preso durante operação Vereador foi preso durante operação

Investigação da Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que o vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista (PSC) seria o mandante do assassinato do então vereador Hamilton Dias (MDB), de Funilândia, a 74 km da capital mineira.

Batista e outras 10 pessoas foram denunciadas por arquitetar e executar o crime.

O delegado Domênico Rocha, responsável pelo caso, explica que uma disputa sindical pode ter motivado o crime. Os investigadores apuraram que Batista e Dias eram foram parceiros em sindicatos representantes de trabalhadores do setor de transporte.

A relação entre os dois, no entanto, teria ficado abalada a partir de 2010, quando eles romperam a parceria e Hamilton Rocha fundou uma unidade sindical independente, conforme explica o delegado.

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— A vítima criou um sindicato à parte que enfraqueceu o sindicato onde o vereador [Ronaldo Batista] era presidente. Não enfraqueceu só politcamente, mas também em bases territoriais de atuação, que implicam na arrecadação de receitas vultosas.

O inquérito policial ainda detalha que a partir da separação, a vítima começou a levantar possíveis irregularidades na gestão de Ronaldo Batista frente aos sindicatos e denunciar as fraudes. Um dos casos chegou à Justiça e pode gerar uma condenação milionária contra o vereador.

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Emboscada

Hamilton foi encontrado sem vida dentro de carro
Hamilton foi encontrado sem vida dentro de carro Hamilton foi encontrado sem vida dentro de carro

Conforme apurado pela Polícia Civil, Hamilton Dias foi atraído para uma emboscada na cidade de Belo Horizonte, onde ele foi morto, no dia 23 de julho.

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O político de Funilândia marcou encontro com uma mulher chamada Vanessa. A equipe do delegado Domênico Rocha acredita que a mulher não existe.

— Essa Vanessa trocou mensagens com ele mostrando suposto interesse na compra de um lote, que era vendido pela vítima. Depois, a mulher passou a fazer jogo de sedução.

O corpo foi encontrado com 12 perfurações de tiros, dentro de um carro, próximo a uma estação de metrô.

Estopim

Uma das 11 pessoas presas durante as investigações fechou um acordo de colaboração com a Polícia Civil. Em depoimento, o suspeito relatou que uma nova condenação de Batista na Justiça teria aumentado a fúria do vereador em relação a vítima.

No dia 9 de julho deste ano, a Justiça bloqueou mais de R$ 500 mil em imóveis do político. Segundo a polícia, a decisão aconteceu em função de denúncias feitas por Hamilton Dias. As investigações apontam, ainda, que o celular usado pela suposta Vanessa foi registrado três dias após a condenação ser publicada.

— O último prejuízo financeiro causado pela vítima foi 10 dias antes do crime. Inclusive, o colaborador nos informou que houve um pedido de celeirdade [por parte de Batista em relação ao assassinato], que alegou que não dava mais para suportar a situação.

Procurado, o advogado Antônio Moreira Neto, que defende Batista, disse que ainda não vai se manifestar sobre o indiciamento, já que não teve acesso ao documento. Ontem ele havia afirmado que iria provar a inocência do cliente.

Envolvidos

Gerson Cesário teria intermediado contato com assassino
Gerson Cesário teria intermediado contato com assassino Gerson Cesário teria intermediado contato com assassino

O inquérito policial aponta que ao menos 11 pessoas estariam envolvidas nos crimes. Além de Ronaldo Batista, o presidente do Sintetcon (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Passageiros Urbanos Intermunicipais, Interestaduais, Fretamento e Turismo de Contagem e Esmeraldas), Gerson Geraldo Cesário, que ainda não foi encontrado.

Segundo os investigadores, Cesário e o irmão intermediaram o contato de Batista com o autor dos disparos, que seria um ex-policial penal. Um policial militar dando cobertura no dia do crime.

Os demais indiciados teriam viabilizado a execução do crime, com a preparação da da arma, criação de boletins de ocorrência falsos para dificultar as investigações, além de atrair a vítima para o local.

O vereador Ronaldo Batista foi preso nesta quinta-feira (15), em Belo Horizonte, e segue à disposição da Justiça.

Procurado, o advogado Marco Aurélio, que defende Gerson Cesário, informou que não vai comentar o caso agora, uma vez que ainda não teve acesso à denúncia.

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