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Vinte afluentes do Rio Doce não estão prontos para reflorestamento, diz Ibama

Áreas foram afetadas com rejeitos da barragem da Samarco

Minas Gerais|Do R7 *

Rejeito da barragem atingiu o Rio Doce
Rejeito da barragem atingiu o Rio Doce

Um relatório do Ibama (o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), divulgado nesta quinta-feira (26), sobre as regiões impactadas pelos rejeitos da barragem de Fundão, em Mariana, aponta que 20 afluentes do Rio Doce ainda não estão prontos para serem reflorestados com plantas nativas da região. De acordo com o órgão, as áreas ainda precisam de passar por ações corretivas.

Técnicos do instituto e de outros órgãos ambientais percorreram o trecho de 102 quilômetros mais afetado pelo rompimento, que aconteceu em novembro de 2015. A área fica entre a barragem e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, no Rio Doce. No total, foram analisados 109 afluentes do rio.

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De acordo com o Ibama, o trecho teve grande parte das matas ciliares, que são as localizadas nas margens, destruídas. Além disso, elevado volume de rejeito foi depositado à margem e no leito dos rios. O relatório aponta que 19, dos 109 leitos analisados ainda precisam de obras de drenagem.

Foram encontradas alguma forma de erosão em 39 pontos analisados. Outro critério observado foi em relação às áreas que ainda precisam de contenção. De acordo com o estudo, as obras foram constatadas em 72 pontos e precisa de acontecer, ainda, em outros 18.


Além dos 20 pontos vistoriados que não estão prontos para reflorestamento, 17 estão aptos para receber as novas plantas, 34 podem receber as mudas desde que sejam realizadas ações corretivas de baixa complexidade e outros 38 também já podem se replantados com a realização simutânea de correções de média e alta complexidades.

O estudo é resultado da Operação Áugias que visa realizar um diagnóstico do estado de degradação das áreas atingidas, além de avaliar e monitorar as ações de reparação que estão sendo desenvolvidas. Em nota (leia na íntegra abaixo) a Fundação Renova, responsável por administrar as ações de recuperação na região, destacou que o balanço apresenta melhorias em relação à última edição do levantamento, entre eles, a presença de organismos vivos e animais nas áreas atingidas.


Leia a nota:

A Fundação Renova constata avanços em indicadores relevantes no monitoramento da fase IV da operação Áugias, do Ibama, na comparação com o relatório anterior (fase III – divulgada em março). Dentre eles, foi registrado aumento da ocorrência de organismos aquáticos macroscópicos que passou de 65,38% para 76% no período. O índice é mais uma confirmação de que a vida está retornando para os pequenos cursos d’água, em razão dos trabalhos em curso. A presença de animais silvestres também aumentou de 46% para 86%.


O relatório aponta ainda um aumento das áreas onde não foram constatadas erosão, que passaram de 10% para 48% no mesmo período. A Fundação Renova executa atualmente trabalhos constantes de reabilitação ambiental e manutenção em 1.685 hectares e 101 afluentes, com suas 12 derivações entre a barragem de Fundão e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga). A conclusão dos trabalhos está prevista para o primeiro trimestre de 2020.

Nos afluentes foram executadas obras de reconformação das margens, restabelecimento do sistema de drenagem das planícies e plantio de espécies vegetais de crescimento rápido. Ainda neste ano será iniciada a recuperação florestal das matas ciliares com espécies nativas da Mata Atlântica. As determinações da operação Áugias serão incorporadas nas ações da Fundação Renova.

* Pablo Nascimento, estagiário do R7

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