Zema reúne governadores para discutir crise financeira
Estado tem dificuldades para pagar a União, prefeituras e servidores públicos; nesta semana, pedido de impeachment foi sugerido por anúncio de superávit
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
O governador de Minas Romeu Zema (Novo) recebe em Belo Horizonte neste sábado (16), cinco governadores do Sul e Sudeste do país para discutir a crise financeira vivida nos Estados. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, são esperados na capital mineira os governadores de São Paulo, João Dória (PSDB); do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC); do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); e de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL).
Somados, os seis Estados que devem estar representados na reunião, que acontecerá na Cidade Administrativa, devem R$ 550 bilhões ao governo federal. Minas Gerais tem uma das situações mais dramáticas. Dados do Banco Central, com base em informações do Tesouro Nacional, mostram que o estado governado por Zema deve R$ 103 bilhões à União e só perde para São Paulo, com dívida acumulada de R$ 266 bilhões. O Rio de Janeiro tem débitos de R$ 94 bilhões, Rio Grande do Sul (R$ 65 bilhões), Santa Catarina (R$ 19 bilhões) e Espírito Santo (R$ 5 bilhões) completam a lista.
Impeachment
A reunião ocorre após uma semana complicada para o governador mineiro, que se envolveu em uma confusão ao comemorar um resultado positivo nas contas do primeiro bimestre. Acusado de ter confiscado R$ 1 bilhão em repasses constitucionais às prefeituras mineiras, o Governo do Estado publicou em sua agência de notícias uma matéria que comemora um superávit de R$ 4 bilhões em janeiro e fevereiro. A reportagem diz que entraram nos cofres do Estado R$ 17,1 bilhões no período e as despesas somaram R$ 13,1 bilhões.
A publicação surpreendeu o presidente da (AMM) Associação Mineira de Municípios, Julvan Lacerda que ameaçou o governador com pedido de impeachment na Assembleia e sugeriu pedir intervenção federal nas finanças públicas mineiras.
A União também poderia questionar os números apresentados pelo governo Zema já que precisou honrar R$ 1,2 bilhão em dívidas do Estado somente nos dois primeiros meses do ano graças a uma decisão judicial que impede que a União de cobrar as parcelas de dívidas de Minas que tenham o governo federal como garantidor.
Já com relação aos servidores públicos, os salários continuam parcelados e o décimo-terceiro do ano passado deve ser pago até dezembro.