Acusação de fake news é que era falsa: Bolsonaro não tem mesmo CPF cadastrado no Pix
Presidente disse em sua live semanal não ter cadastro no sistema de pagamento, mas usuário do Twitter resolveu contestá-lo
MonitoR7|Gabriel Herbelha, Do R7*
Na semana passada, durante sua tradicional live semanal de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou que não tem Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central no ano passado e que já é usado por mais de 100 milhões de brasileiros.
“Eu não tenho. Estou a fim de fazer um aí, tá? Quem sabe. Cai dinheiro na nossa conta de graça ou não? Quem sabe aí? Se alguém mandar, se eu pedir, o pessoal bota? Vou fazer meu Pix aí, tá certo?”, declarou Bolsonaro.
Nas redes sociais, um usuário alegou ter feito uma transferência via Pix para o CPF do presidente, colocando um valor simbólico de 1 centavo, e disse que Bolsonaro estava mentindo sobre não ter o sistema de pagamento cadastrado.
A publicação no Twitter conta com mais de 30 mil curtidas.
A reportagem, no entanto, realizou a mesma simulação de transferência de 1 centavo para Jair Messias Bolsonaro, por meio do CPF, como feito pelos usuários nas redes, e o sistema informou que “a chave informada não existe”.
Em contato com a reportagem, a Dock Soluções, que aparece nas capturas de tela que mostram a suposta transferência feita pelo usuário do Twitter ao presidente, informa que a conta vinculada ao CPF de Bolsonaro é falsa, não está ativa e se trata de uma tentativa de fraude.
"Esclarecemos que nenhuma transação financeira foi autorizada e que a conta em questão foi imediatamente cancelada após verificação dos documentos e identificação de que se tratava de uma tentativa de fraude. Reforçamos que mantemos uma política rígida de combate a crimes financeiros e que, apenas no último mês de março, bloqueamos mais de 7.400 contas que não se enquadravam nos padrões de verificação", diz a Dock em nota.
A empresa não é beneficiária, e atua apenas como intermediária de operações de pagamento, oferecendo infraestrutura de serviços.
O MonitoR7 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Presidência da República, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
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*Estagiário do R7, com edição de texto de Marcos Rogério Lopes