Criminosos usam deepfake de apresentadores para aplicar golpe sobre falsa indenização
Golpe, que envolve tecnologia da inteligência artificial, foi usado por estelionatários a partir da falsificação de vídeos e vozes de pessoas
MonitoR7|Do R7, em Brasília
Estelionatários criaram um perfil falso do governo federal para divulgar vídeos enganosos, feitos a partir da inteligência artificial, a fim de aplicar golpes. Em uma das páginas, os criminosos fizeram publicações usando o rosto e voz de celebridades e apresentadores de TV para ludibriar usuários sobre uma indenização de vazamento de dados, que não existe.
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O golpe envolve a tecnologia deepfake, usada por estelionatários a partir da falsificação de vídeos e vozes de pessoas. O conteúdo é produzido a partir de programas que simulam vozes baseado em pequenas amostras, encontradas em posts de redes sociais.
O vídeo publicado nas redes sociais reúne imagens falsas de ao menos 4 apresentadores, entre eles Rodrigo Faro e Ratinho. Criminosos têm usado inteligência artificial para manipular vídeos de jornalistas e compartilhar conteúdos mentirosos, se aproveitando da credibilidade dos profissionais para tentar enganar e roubar dinheiro das pessoas.
Na campanha, intitulada pelos estelionatários como “Resgata Brasil”, os apresentadores comentam sobre uma falsa determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) relacionada a uma indenização do vazamento de dados. Segundo os golpistas, o valor prometido chega até R$ 7 mil. O perfil indica, ainda, um suposto link para que a vítima preencha os dados e solicite a quantia.
“Saiu a indenização do vazamento de dados, finalmente. Depois de um mês do vazamento de dados, o STF reconheceu que feriu a Lei Geral de Proteção de Dados e determinou que o governo pague uma indenização a todo cidadão prejudicado. Os valores da indenização são de R$ 4 mil até R$ 7 mil”, diz um vídeo falso com um dos apresentadores.
Ameaça das deepfakes
Em agosto, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, ressaltou os desafios e perigos relacionados à inteligência artificial (IA), com destaque para a ameaça representada pelas deep fakes, que são vídeos manipulados digitalmente.
Barroso afirmou que essas tecnologias comprometem gravemente a liberdade de expressão ao permitirem a criação de vídeos nos quais pessoas aparecem falando ou fazendo coisas que nunca fizeram, sem que seja possível detectar a manipulação a olho nu. “Agora temos o deep fake, que tem a capacidade de me colocar aqui falando coisas que eu nunca falei sem que seja possível detectar a olho nu e isso é gravíssimo porque compromete a liberdade de expressão”, disse.