É falso que Ciro Gomes tenha gravado áudio com acusações de fraude eleitoral

Áudio divulgado em aplicativos de mensagem é atribuído ao ex-presidenciável do PDT; partido nega

27/10/2022 - 21h11 (Atualizado em 19/02/2024 - 20h52)

Três áudios são atribuídos a Ciro, mas nenhum deles foi feito pelo ex-presidenciável

Áudios que circulam em aplicativos de mensagem são atribuídos de forma errônea ao ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT). Nas gravações, um homem diz que o presidente Jair Bolsonaro (PL) usará as Forças Armadas para dar um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. Uma mensagem de texto que acompanha os áudios diz que Ciro enviou as gravações a um grupo do PDT.

"Vocês têm que entender o seguinte. O Bolsonaro está preparado, com o Exército e com as Forças Armadas, para fazer a mesma coisa que aconteceu em 1964. O povo vai para as ruas, porque ninguém vai aceitar o Lula ganhar a Presidência, porque não tem sentido. O povo vai pedir intervenção. E aí, meu amigo, vão nos livrar do comunismo novamente. Como foi em 1964. Simples", diz um dos áudios.

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Segundo uma das gravações, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já teria deixado "tudo armado" para a vitória de Lula. "Rapaz, a partir do momento que o TSE, no comando daquele advogado de facção [em referência ao presidente da Corte, Alexandre de Moraes], diz que ninguém pode contestar as eleições, já estava tudo armado, meu amigo. Isso é certo, todo mundo sabe. Eu vou dizer o que vai acontecer. As Forças Armadas sabem disso. Na hora que der o resultado das eleições que o Lula ganhou, vai ser colocado em prática o artigo 142, viu? Vai ser restabelecida a ordem, se afasta, Xandão, se afasta esses vagabundo tudinho, ladrão, safado dessa quadrilha."

O PDT nega que seja Ciro nas gravações. Em nota, o partido diz que "infelizmente as eleições de 2022 foram e estão sendo violentadas com diversas mentiras distribuídas por gabinetes de ódio montados pelas principais candidaturas". "São estruturas especializadas em criar ‘fakenews’ e espalhar pelas redes, chegando, inclusive a encontrar eco em alguns setores da mídia. Estes áudios claramente não são de Ciro Gomes", afirma a sigla.