Existe mais de uma Mona Lisa pintada por Leonardo da Vinci
Se até uma fundação foi criada para descobrir se a obra era verdadeira, o MonitoR7 deveria se aprofundar nesse caso
MonitoR7|Ana Luiza Pêgo, do R7*
O pintor Leonardo da Vinci fez uma primeira versão de Mona Lisa, bem menos conhecida. A obra, também conhecida como Gioconda, foi descoberta pelo colecionador Hugh Blaker, no começo do século passado. O retrato foi feito em tela de linho e conta apenas com um esboço de paisagem atrás da modelo. A obra é chamada de a Mona Lisa de Isleworth, em referência à cidade homônima onde foi encontrado o quadro.
O sorriso mais misterioso da arte esconde algumas curiosidades. Isso quem revela é Beatriz Zawislak, educadora e escritora que publicou o livro Mona Lisa e seus Mistérios. Baseando-se em uma série de documentos que encontrou em sua pesquisa, a autora apresenta fatos inusitados sobre a obra.
Essa versão anterior foi observada ainda na fase em que estava sendo desenhada. Quem viu o quadro foi o então jovem pintor Rafael Sanzio, ou apenas Rafael, um dos maiores artistas de todo os tempos, assim como Da Vinci. Ambos nasceram na Itália.
Depois de visitar Da Vinci, Rafael fez um desenho de uma mulher mais jovem que a Mona Lisa do Louvre, com detalhes copiados do que havia visto sendo pintado pelo gênio italiano. O registro do jovem pintor também pertence ao Louvre de Paris.
De acordo com a pesquisadora, a Mona Lisa é o retrato de Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo, rico comerciante de tecidos finos membro do Conselho do governo de Florença, por volta de 1503.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, o colecionador Hugh Blaker encontrou essa pintura inicial de Da Vinci em uma casa no condado de Somerset, na Inglaterra.
A peça havia sido comprada na Itália como uma obra original de Da Vinci. Posteriormente, o quadro foi comprado pelo colecionador americano Henry Pulitzer.
Apesar dos registros, a ideia de que a Mona Lisa de Isleworth era realmente de Leonardo da Vinci nunca ganhou força entre estudiosos importantes. Em 1979, após a morte de Pulitzer, o quadro ficou guardado em um cofre na Suíça, onde permaneceu até 2008, quando foi adquirido pelo consórcio que o detém.
A Fundação Mona Lisa foi criada para investigar se a imagem era mesmo de Leonardo. Segundo o seu vice-presidente, o negociante de selos David Feldman, a entidade “não tem qualquer interesse na pintura” e procura “examinar os fatos da forma mais objetiva possível”.
Atualmente, o retrato está em turnê por cidades da Ásia. Costumava ser conhecida como “Isleworth Mona Lisa”, mas seus atuais proprietários a renomearam como “Mona Lisa Anterior” porque acreditam que o próprio Leonardo da Vinci a pintou cerca de uma década antes de começar a Mona Lisa do Louvre.
Outra curiosidade é que a paisagem atrás da Lisa do Louvre é real. Segundo os estudos de Zawislak, o local foi identificado recentemente pela pesquisadora Carla Glori e pelos arquitetos Angelo e Davide Bellocchi, como um panorama real visto de uma janela do ainda hoje existente Castelo Malaspina dal Verme, situado na cidade de Bobbio, no norte da Itália, onde Leonardo viveu de 1482 a 1499.
A Espanha também tem a sua própria Mona Lisa
O museu espanhol do Prado anunciou, em 2012, a descoberta de uma cópia da Mona Lisa encontrada em seus depósitos, e que foi pintada na mesma época da original por um aluno do mestre. O museu apresentou fotografias da pintura, que esteve abandonada por décadas em um sótão, depois de sua restauração.
No retrato está a mesma mulher que foi pintada por Da Vinci, porém mais jovem. A pose e o sorriso característico foram mantidos pelo aprendiz. O fundo, que estava coberto de tinta preta, foi restaurado por especialistas e agora mostra uma paisagem de colinas e rios que muito se parecem com a pintura original.
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*Estagiária do R7, com edição de texto de Marcos Rogério Lopes.