Falso: mexer o braço não muda em nada o efeito colateral da vacina
Mesmo com 18 meses desde o início da campanha de imunização contra a Covid, boatos sobre o que se deve fazer antes e depois da injeção se multiplicam nas redes sociais
MonitoR7|Marcela Virgulino, do R7*
Não existe qualquer restrição a exercícios depois de tomar a vacina contra o coronavírus, ao contrário do que dizem posts nas redes sociais.
“Não há nenhuma relação entre a atividade física e a resposta imune das vacinas, o indivíduo não precisa exercitar-se, tampouco ficar em repouso após receber qualquer tipo de vacina. Contra a Covid-19 não é diferente", explica o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Alguns vídeos nas redes sociais viralizaram com autores dizendo que os movimentos circulares nos braços ajudavam na prevenção de dores e inchaço na região de aplicação da vacina. Outros indivíduos chegaram a brincar com a situação compartilhando suas experiências.
Kfouri adverte que não é aconselhável movimentar os braços rodopiando para evitar efeitos colaterais, os mesmos também não previnem futuros sintomas que possam vir ocorrer, já que cada organismo reage diferente, sua utilidade é ineficaz.
"Claro, que se tiver dor, mal-estar, dor de cabeça ou outros sintomas, o indivíduo deve tratar seus efeitos colaterais e eventos adversos que a vacina da Covid-19 pode ocasionar”, completou o infectologista.
Segundo Kfouri, se o indivíduo estiver com indisposição logo após a imunização, ele deve respeitar esse momento de indisposição e não se desgastar. Contudo, o imunologista reitera: “Não há riscos de você fazer exercício físico após a vacinação. Eles não melhoram ou pioram o efeito da vacina”.
Leia também
O médico reforça ainda que tudo pode ser feito após tomar a vacina, ou seja, não existe nenhuma oposição quanto a ingestão de álcool, cigarro e atividade físicas, nenhum cuidado adicional.
Se houver dor após a imunização, o especialista faz outro alerta: deve-se evitar a automedicação de analgésicos para dor e febre. O ideal, caso seja necessário, são compressas nos locais doloridos.
O diretor da SBIm afirma, porém, que atletas devem se atentar mais aos possíveis efeitos colaterais da imunização, por precisarem performar em alto rendimento, viajar e competir frequentemente. A entidade preparou um documento explicativo para esses profissionais.
De acordo com o documento da SBIm, as vacinas inativadas, como é o caso da CoronaVac, podem provocar eventos adversos precoces como dor, edema e rubor no local da aplicação e tendem a ocorrer nas primeiras 24 a 48 horas. Outras tecnologias usadas em imunizantes também podem trazer efeitos similares.
A importância das recomendações da Organização Mundial da Saúde continuam mesmo com avanço das vacinas, respeitar o distanciamento e utilizar máscara em ambientes fechados evita novas transmissões do coronavírus.
Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe a questão para o MonitoR7, que nós a checamos para você: (11) 9 9240-7777 ou monitor@recordtv.com.br.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Marcos Rogério Lopes.