Vacina contra Covid contém alumínio e grafeno na composição?
Em vídeo nas redes sociais e aplicativos de mensagens, mulher faz afirmações fortes sobre os imunizantes disponíveis no Brasil
MonitoR7|Do R7
O vídeo de uma mulher fazendo uma apresentação sobre vacinas para uma plateia viralizou na internet. Através do Whatsapp do MonitoR7, recebemos pelo menos cinco pedidos de checagem sobre o conteúdo da gravação.
Durante cinco minutos, a mulher, que não é identificada no trecho que recebemos, faz afirmações sobre a composição dos imunizantes e faz ligação com os possíveis efeitos adversos da vacinação. O trecho enviado ao MonitoR7 sinaliza que a transmissão foi feita pelo conta do Instagram @projeto.veritas, que tem mais de 25 mil seguidores.
Nos primeiros minutos do vídeo, a mulher afirma que a vacina Coronavac contém "225 microgramas de alumínio". Em seguida, ela afirma que uma mulher só pode ingerir cerca de 40 microgramas e um homem, 50.
Entretanto, a afirmação distorce a realidade. De acordo com Alexandre Naime, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a Coronavac contém hidróxido de alumínio. Não se trata de alumínio em sua forma metálica. Naime afirma que esse hidróxido é, na realidade, um estabilizante e "não tem relação nenhuma com toxicidade" nas vacinas. Além disso, o especialista nega que as doses desse componente usadas nas vacinas possam causar qualquer risco à saúde humana.
Em relação às afirmações sobre grafeno ser usado nas vacinas, Naime afirma que isso é uma "notícia falsa". O grafeno, segundo o doutor, não está em nenhuma das vacinas usadas no Brasil contra Covid. O especialista reforça que óxido de grafeno é usado em outras vacinas, contudo em doses "extremamente baixas" e que não comprometem a saúde. As bulas dos imunizantes aplicados no Brasil, estão disponíveis online e não apresentam registros de grafeno entre os seus componentes.
No mesmo trecho do pronunciamento mostrado no vídeo, a mulher fala sobre leis nos Estados Unidos que estariam sendo aprovadas recentemente. No caso, trata-se da legalização da dissolução de corpos em água. Segundo ela, em vez dos processos tradicionais de sepultamento ou cremação após a morte, alguns estados norte-americanos aprovaram a hidrólise alcalina, que é justamente, esse processo de dissolução em produtos químicos. E ela relaciona isso com as vacinas.
Leis com essa permissão realmente existem em alguns estados americanos, mas elas foram aprovadas há mais de 10 anos. Portanto, não é possível fazer uma ligação entre estas leis e a atual pandemia de Covid. Vinte estados - incluindo Flórida e Califórnia - já permitem esse processo de tratamento de corpos. O último estado em que ocorreu a tramitação de uma lei com esse objetivo foi a Geórgia, em fevereiro de 2020, quando os Estados Unidos registravam menos de 100 casos da doença.
Portanto, o teor do vídeo é falso. As afirmações feitas pela mulher não têm embasamento científico e é inconsistente a ligação que ela faz entre as vacinas contra Covid e a legislação sobre tratamento de corpos nos EUA.
As vacinas não contém alumínio metálico em sua composição e sim hidróxido de alumínio. Quanto ao grafeno, é falso que alguma das vacinas tenha esse componente. O MonitoR7 já checou publicações semelhantes, que usam informações falsas para questionar a segurança e a eficácia dos imunizantes.
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