Vídeo mostra garota ucraniana confrontando um soldado russo?
Publicações mostram uma menina gritando com um soldado armado e afirmam que vídeo é do conflito entre Rússia e Ucrânia
MonitoR7|Do R7

Circula pelas redes sociais um vídeo curto em que uma garota confronta um soldado armado. De acordo com as legendas de várias destas publicações, a menina seria ucraniana e estaria dizendo para um militar russo que voltasse para seu país.
No TikTok, os posts passam das 10 mil visualizações. Já no Facebook, a gravação alcançou mais de 78 mil views. A rede, no entanto, colocou um aviso nas publicações, com a classificação de "Informação falsa".
O vídeo é real. Ele mostra uma garota confrontando um soldado. Mas não tem relação com o conflito na Ucrânia. Ao realizar uma busca reversa por fragmentos das imagens e pelo logotipo exibido no canto inferior esquerdo do vídeo, descobrimos que ele foi publicado originalmente no site da rádio palestina Raya FM e a gravação é creditada a Samer Nazzal, que mantém o conteúdo em seu canal no YouTube.
A descrição de Nazzal explica de o que está sendo retratado: “Menina palestina (Ahed Al Tamimi) pedindo que soldados israelenses liberassem seu irmão (de 15 anos), que foi preso alguns minutos antes”. Uma nova busca revelou que o episódio foi noticiado pela primeira vez em 2 de novembro de 2012, detalhando que a cena aconteceu no povoado de Nabi Saleh, na Cisjordânia.
Segundo a agência de notícias turca Anadolu, o exército israelense havia prendido o irmão mais velho de Tamimi, o que a motivou a confrontar o soldado. O local ainda contava com a presença de jornalistas. A revolta de Tamimi também foi fotografada por Abbas Momani, da agência AFP (Agence France-Presse), e Majdi Mohammed, da AP (Associated Press).
Naquela época, a imagem em que Tamimi enfrenta o soldado foi amplamente difundida por veículos de comunicação e a levou a receber o prêmio Handala de coragem, na Turquia. Ela recebeu o prêmio do então primeiro-ministro e hoje presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Tamimi tornou- se um símbolo da resistência palestina e é ativista até hoje. Em dezembro de 2017, quando tinha 16 anos, enfrentou novamente dois soldados israelenses, perto da casa dela, em Nabi Saleh. A atitude a fez passar oito meses na prisão.
Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza após a guerra árabe-israelense de 1967. Desde então, palestinos lutam para obter o controle desses territórios e estabelecer um Estado palestino.
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