Visita de presidente francês ao Brasil é considerada um sucesso
Encontrar uma maneira viável de explorar sustentavelmente e desenvolver a Amazônia é um grande desafio.
Além das Embaixadas|Natalie Machado e Natalie Machado
Há dois dias o presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ao Brasil. A viagem tem sido considerada um êxito pelos envolvidos na organização. Desde, então, grande parte da equipe do governo federal e da embaixada francesa está mobilizada para a visita, prevista para acabar hoje, em Brasília. Dezenas de convidados devem participar de um almoço de gala no Itamaraty. Detalhes do cardápio ainda não foram revelados.
É comum, aqui em Brasília, mudanças na rotina da cidade por causa da chegada de autoridades estrangeiras, mas, desta vez, parece estar diferente. A esplanada está toda enfeitada com bandeiras do Brasil e da França.
Havia uma grande expectativa do presidente Luis Inácio Lula da Silva para a visita do colega francês. A ideia é retribuir a recepção ocorrida no ano passado, em Paris, quando o brasileiro participou de um fórum sobre mudanças climáticas.
Na terça-feira, os dois presidentes estiveram em Belém, cidade que vai sediar a COP30, e passearam de barco para conhecer a produção artesanal e sustentável de cacau. O objetivo foi mostrar ao francês um exemplo de sucesso da bioeconomia da Amazônia.
Nos bastidores, é nítido o interesse dos estrangeiros, especialmente dos franceses, pela condução das políticas de preservação da Amazônia. A justificativa atual é o investimento na economia verde. Uma tendência mundial presente, principalmente, em países desenvolvidos.
A questão que se levanta é: toda essa disposição em preservar o sistema amazônico vai se reverter em investimentos e em melhoria efetiva na qualidade de vida dos povos que lá vivem e de lá retiram seu sustento? Lembrando que o presidente Lula tem o combate à extrema pobreza como o principal objetivo de governo. Encontrar uma maneira viável de explorar sustentavelmente e desenvolver a Amazônia é um grande desafio. Para isso, o Brasil precisa da ajuda de todos.
Venezuela e o Brasil
Esta semana o presidente Lula repreendeu o aliado Maduro. Deu a ordem direta para o Itamaraty emitir um comunicado oficial e revisou o texto que criticou a manobra do governo venezuelano de não permitir o registro da candidatura de Corina Yoris, pela Plataforma Democrática Unitária (PUD), grupo mais forte da oposição. A resposta de Maduro foi forte e imediata. Disse que a nota brasileira foi ditada pelos Estados Unidos.
A postura crítica do Brasil, para muitos tardia, indica que Lula não vai aceitar um processo eleitoral que não seja, de fato, livre na Venezuela. A dúvida é se isso colocaria em risco o apoio brasileiro ao retorno dos venezuelanos ao Mercosul. É preciso esperar os próximos movimentos do tabuleiro diplomático.
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