Enquanto o Ministério de Minas e Energia finaliza os testes com a nova gasolina que deverá ter adição de 30% de etanol, entidades se posicionam contra ou a favor da medida. A Abraciclo, associação dos fabricantes de motocicletas, fez algumas ressalvas ao aumento de percentual de etanol de 27% para 30% ao combustível fóssil. De forma genérica, a entidade disse que há “pontos de atenção” em relação a essa medida. Em nota a Abraciclo disse: “A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO, entidade que representa o Setor de Duas Rodas no País, apoia o uso dos biocombustíveis e sua contribuição para a economia e o meio ambiente, sendo o Brasil pioneiro mundial no desenvolvimento e produção das motocicletas equipadas com tecnologia flex fuel.A Associação integrou o grupo de acompanhamento dos testes do E30, realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), e a avaliação dos resultados e ensaios indicaram pontos de atenção. O tema continuará sendo acompanhado visando a segurança e o adequado funcionamento das motocicletas em circulação."O governo segue o projeto de adição de mais álcool a gasolina que já tem 27% de mistura com combustível vegetal. A mudança prevista pelo governo Lula é baseada na Lei 14.993, aprovada em 2024 e que regulamenta e cria programas de incentivo à produção e ao uso de combustíveis “sustentáveis” como qualifica o etanol de cana-de-açúcar usado amplamente no país desde a década de 1980. Existem questionamentos por parte de fabricantes que temem o excesso de etanol no caso das motocicletas - e dos veículos em geral - que são monocombustivel. Especialmente modelos mais antigos, fabricados quando o percentual de etanol era bem mais baixo que os atuais 27%, podem sofrer corrosão e perda de desempenho bem como problemas em itens como bomba, bicos injetores e sistemas conhecidos como “linha de combustível” além de danos na parte interna do motor em função do etanol. Atualmente a gasolina de alta octanagem tem 22% de etanol e a gasolina comum ou aditivada tem 27%. Agora os resultados dos testes serão enviados para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para avaliação final e decisão sobre a mudança na fórmula padrão da gasolina vendida no país.